Investigação aponta aliciamento de brasileiros para trabalho forçado no exterior por meio de apostas online
A Polícia Federal derrubou duas plataformas de apostas online suspeitas de ligação com um esquema internacional de tráfico humano e exploração de trabalhadores brasileiros no exterior. A ação faz parte da Operação Dark Bet, deflagrada nesta terça-feira (16), com o objetivo de interromper a atuação de organizações criminosas que utilizavam o setor de bets como fachada para o recrutamento de vítimas.
Operação Dark Bet
Durante a ofensiva, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em diferentes regiões do país e, simultaneamente, prendeu cinco suspeitos na Nigéria, sendo dois brasileiros. Segundo as investigações, o grupo atuava de forma estruturada, com divisão de funções entre recrutamento, transporte, vigilância e controle das vítimas fora do Brasil.
Além disso, a Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 446 milhões em bens, valores e ativos vinculados à quadrilha. Dessa forma, a PF busca enfraquecer financeiramente a organização e impedir a continuidade das atividades criminosas.
Aliciamento e exploração
De acordo com a apuração, as vítimas eram aliciadas por meio de redes sociais e plataformas digitais, sempre com promessas de altos salários e oportunidades de trabalho em empresas do setor de apostas online. No entanto, ao chegarem ao exterior, os trabalhadores se deparavam com uma realidade completamente diferente da ofertada.
Segundo a Polícia Federal, as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas, retenção de documentos pessoais, restrição de liberdade, vigilância armada e imposição de dívidas. Além disso, havia controle rigoroso sobre deslocamentos, o que dificultava qualquer tentativa de fuga ou pedido de ajuda.
Uso das plataformas
As investigações indicam que uma empresa de apostas, responsável por operar duas plataformas de bets em território nacional, era utilizada como instrumento para viabilizar o esquema criminoso. Por esse motivo, durante a operação, a Polícia Federal determinou a derrubada imediata dos sites envolvidos.
Por fim, a PF informou que as investigações continuam para identificar novas vítimas, rastrear possíveis ramificações do esquema e responsabilizar todos os envolvidos pelos crimes de tráfico humano, organização criminosa e exploração laboral.
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