A apuração ficará a cargo do Decor (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado)
A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) abriu inquérito para apurar a conduta do ex-deputado e cantor Sérgio Reis. Em nota divulgada na última terça, dia 17, a corporação informou que o objetivo é averiguar a existência de um grupo de pessoas voltado para o cometimento de crimes na capital em manifestações previstas para setembro.
Três artigos do Código Penal foram citados no inquérito: ameaça (147), destruição de objeto alheio (163) e expor ao perigo, impedir ou dificultar o funcionamento de transporte público (262). “A investigação teve início após a circulação de vídeos e áudios nas redes sociais e em matérias jornalísticas em que alguns indivíduos, dentre eles o cantor Sérgio Reis, manifestam-se no sentido de cometerem crimes”, afirmou a Polícia Civil.
Em vídeo que circulou pela internet, Reis afirmou estar organizando um movimento dos caminheiros e dos agricultores em favor de Jair Bolsonaro (sem partido). O protesto é favorável ao impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao voto impresso. Também no conteúdo publicado, o cantor afirmou que o movimento deve acontecer nos três dias que antecedem o feriado de 7 de setembro.
Representação contra Reis
Um grupo composto por 29 subprocuradores-gerais da República apresentou uma representação contra Sérgio Reis junto à Procuradoria da República no DF. A ação acontece pelas declarações do ex-deputado de que caminhoneiros parariam o país até que o Senado afastasse os ministros do Supremo. Eles afirmam que a ameaça pode configurar crime de incitação à subversão da ordem política ou social, além de incitação ao crime. A informação é de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Após áudio vazado, Sérgio Reis “está muito triste e depressivo”
“Diante dos graves acontecimentos que têm marcado a história recente do país, em particular as frequentes ameaças de ruptura institucional e de desrespeito à independência dos poderes e de seus integrantes, solicitamos a Vossa Excelência a distribuição desta representação a um dos membros oficiantes na área criminal, com vistas à adoção das providências que forem entendidas cabíveis”,
afirmam os subprocuradores.
A peça afirma que o movimento que está sendo organizado pelo cantor pretende obstruir rodovias, fechar portos, aeroportos e impedir a livre circulação de pessoas e bens, a fim de pressionar o Congresso a implementar o voto impresso -pauta bolsonarista já derrotada na Câmara- e o pedido de impeachment de ministros do Supremo. A representação foi encaminhada ao coordenador criminal da Procuradoria da República no Distrito Federal, Carlos Henrique Martins Lima.