Em concorrida entrevista coletiva no final da manhã desta quarta-feira, 26, a Polícia Civil revelou detalhes acerca da Operação Bomba, deflagrada com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que produzia e vendia esteroides anabolizantes adulterados.
O delegado Jorge Bezerra, do Grupo de Investigação Criminal (Geic), que está à frente das investigações, informou que as investigações começaram a cerca de um ano, através de uma denúncia.
Segundo ele, no curso das investigações, descobriu-se um grande esquema montado para fabricar e vender os anabolizantes, através de redes sociais e de um site, que direcionava a um contato de whatsapp para a venda do produto.
Prefeitura realiza mutirão de tapa buraco em vários setores de Anápolis
O delegado contou que a produção era feita em uma residência de Anápolis, sem condições adequadas de higiene e sem nenhum tipo de controle de qualidade.
Pior, ainda, é que para dar uma melhor aparência aos anabolizantes, durante a adulteração era usado o tempero de cozinha conhecido como coloral.
O chefe da quadrilha era um educador físico conhecido nas redes sociais. O nome dele não foi divulgado, uma vez que as investigações estão ainda em curso.
Muito dinheiro
Essas vendas eram feitas para diversas partes do país. O delegado destacou que o sequestro de bens e valores expedido pela Justiça, levantou um montante de mais de R$ 31 milhões.
Vários veículos foram apreendidos, dentre eles, um da marca BMW, avaliado em cerca de R$ 800 mil.
O chefe do esquema é de Anápolis, mas estava morando em Goiânia. Ele chegou a alugar uma mansão em um condomínio de luxo, cujo valor do aluguel é de R$ 19 mil.
O investigado teria, inclusive, pago dois anos adiantado. O que dá um valor de R$ 456 mil.

Laranjas
O esquema era refinado e o dinheiro apurado era lavado em contas de laranjas. 17 pessoal foram presas. Mas, a Polícia Civil estima que há pelo menos 40 pessoas envolvidas.
Portanto, a operação deve ter novos desdobramentos. Além de Anápolis, foram cumpridos mandados em Goiânia e em Silvânia.
O também delegado, Luiz Carlos Cruz, completou que nas próximas horas se terá o levantamento da quantidade de produtos apreendidos no laboratório estourado.
Ele ainda restou que a Operação Bomba foi um “show de integração”, envolvendo equipes da Polícia Civil, Penal e Técnico-Científica.
Os crimes ainda serão tipificados, mas somente a adulteração de medicamentos e de produtos para consumo em saúde, tem pena de 10 a 15 anos.
Os crimes
Ainda, pode ser configurada a formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O delegado geral da Polícia Civil em Goiás, André Gustavo Corteze Ganga, afiançou que se trata de um dos maiores laboratórios clandestinos de produção de anabolizantes adulterados no país.
Na sua avaliação, além de desbaratar a organização criminosa, a operação evitou prejuízo àqueles que consomem ou poderiam consumir os produtos falsificados.


