Governo tenta cumprir cronogramas de curto e longo prazos para garantir fornecimento de água tratada e sistema de esgotamento sanitário
Da Redação
A falhas no fornecimento de água incomodam os moradores de Anápolis há pelo menos uma década. A estiagem chegou e, com isso, a baixa umidade do ar vai drenando as reservas da superfície do solo, enquanto os ribeirões têm suas vazões drasticamente reduzidas. E aí? O que temos feito para evitar um novo colapso de fornecimento ou mesmo um racionamento de água?
Questionada, a Saneago, afirma que desde 2019, com a renovação do contrato com a prefeitura, vem executando um programa para resolver definitivamente o problema já este ano. Ele é baseado em três eixos estratégicos: ação imediata, prevenção e planejamento. Apesar de possuir um sistema universalizado, o que faz a água chegar a toda a população de Anápolis, a lacuna está na regularidade da oferta, ou seja, hora existe, hora não existe água para distribuir.
A cidade abriga algumas nascentes, mas não tem nas proximidades nenhum rio de grande porte, o que dificulta o atendimento à demanda dos quase 400 mil moradores. Para piorar, várias são as melhorias anunciadas pelas gestões anteriores que nunca saíram do papel. Dentro das ações imediatas, a Saneago diz já ter perfurado 27 poços profundos no município, dos quais 17 foram selecionados e atingiram vazão total de 116 litros de água por segundo.
Isso aumenta a capacidade de produção local e é crucial para que a população enfrente o período de estiagem com segurança. Outro anúncio foi o da implantação de mais de 30 quilômetros de tubulação, como parte da rede de interligação de poços e adutoras. Essa rede de interligações deve entrar em operação em agosto, após a instalação de bombas, energização e cercamento das áreas.
Trata-se de toda uma engenharia necessária à chamada “manobra de rede”, que é o ato de levar a água de um local com maior abundância para outro reservatório, com o objetivo de manter a regularidade na oferta em todas as regiões da cidade. Além de todo esse trabalho de infraestrutura, a Saneago precisa lidar com a perda de água na distribuição, com a descoberta e a correção de vazamentos ocultos. Tarefa difícil, já que são muitos.
Prevenção
O Estado já entrou no período do ano em que as chuvas dão espaço à seca. Diante disso, na semana passada, o Governo de Goiás publicou o decreto nº 9.670/2020, que declara situação de risco de emergência hídrica por 210 dias nas bacias hidrográficas do Ribeirão Piancó, que abastece Anápolis, e Alto Rio Meia Ponte. O documento tem caráter preventivo já que, ao definir ações para garantir o uso prioritário da água, pretende evitar qualquer tipo de racionamento no abastecimento da região metropolitana de Goiânia e Anápolis.
Paralelo a isso, a empresa está promovendo ações focadas no período de estiagem. Em 2019, a partir da interligação dos sistemas de captação dos rios Piancó e Capivari (manancial próximo à cidade de Pirenópolis), a Saneago garantiu que não houvesse desabastecimento na região norte de Anápolis, historicamente prejudicada pela falta de água. Este ano, está sendo promovida a integração dos sistemas Piancó e do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), viabilizando o abastecimento para a região Sul também por meio do Piancó.
Na cidade, a Saneago ainda trabalha com as implantações de dois centros de reservação, com capacidade de mil metros cúbicos cada; de uma adutora de água tratada, com diâmetro de 300 milímetros a partir do reservatório Vila dos Oficiais; e de uma estação de tratamento de água compacta com capacidade de produção de 150 litros por segundo. Esta última obra em fase de licitação. O relógio está girando. Só em agosto e setembro, período mais crítico da estiagem, vamos descobrir se é pra valer todo esse esforço que está sendo divulgado.