Essa é a previsão do delegado de Trânsito Manoel Vanderic Filho e confirmada pelo assessor de Segurança Pública da Prefeitura de Anápolis, Glayson Reis, ambos preocupados com o elevado índice de acidentes no trânsito com vítimas e os gastos que eles representam para o Poder Público.
De acordo com o delegado Manoel Vanderic, até o final da semana passada já haviam sido contabilizadas 63 mortes por acidentes no trânsito, número que, segundo ele, deverá ser ultrapassado pelas 65 mortes violentas ocorridas na mesma situação ao longo do ano passado.
A estatística da Delegacia de Trânsito comprova que o índice de acidentes com registros de boletins de ocorrência (BO”s) cresceu substancialmente, passando de 1.900 em 2017 para 3.151 até o início de dezembro deste ano. ´Se fossem contabilizados os acidentes sem registros de boletins de ocorrência, o número seria superior a seis mil acidentes´, disse o delegado, revelando que a consequência foi um grande aumento no fluxo de pagamento do seguro DPVAT. Revelou também que a maior parte dos acidentes sem registros de BO acaba não desencadeado processos criminais.
O delegado explicou que, juntos, os dois órgãos vão desenvolver atividades ostensivas e ações educativas com blitzen em diversos pontos da cidade, visando o combate efetivo aos acidentes de trânsito. Serão fiscalizações móveis, comandadas pelo próprio delegado e nove agentes de polícia, um trabalho em parceria com o Observatório de Segurança, a Força Tática e a Companhia Municipal de Trânsito e Transporte.
Gastos
Manoel Vanderic informou que esse reforço na fiscalização é consequência do aditivo a um contrato que a Prefeitura tem com a Polícia Civil, que vai custar aos cofres do Município um gasto mensal de, apenas, R$ 15 mil. ´É um gasto que vai trazer uma economia financeira e de vidas muito significativa´, acrescentou o delegado, acreditando que estas ações irão desafogar os atendimentos feitos pelo SAMU, pelos hospitais de Urgência e Municipal, pelas unidades de saúde particulares e Corpo de Bombeiros.
Além do gasto com o pagamento do banco de horas, a Prefeitura ficará responsável pelo custeio do consumo de combustível e por auxiliar na coordenação das operações. ´Nossa meta é reduzir, o mais rápido possível, o número de acidentes de trânsito, especialmente os relacionados com a embriaguez ao volante, que é a maior agravante´, explicou Glayson Reis.
Efeito pedagógico
O delegado acredita que estas ações produzem um efeito pedagógico muito grande. ´A maior parte dos acidentes tem vínculo direto com bebidas alcoólicas´, disse Manoel Vanderic revelando que quando elas são desenvolvidas as pessoas ficam com receio de saírem com seus próprios veículos e ingerirem bebidas alcoólicas, optando pelo aplicativo Uber ou táxis. ´Elas ficam com receio de serem abordadas e apreendidas´, justificou.
Na avaliação feita sobre o tema, o delegado disse que o motorista que insistir em ingerir bebidas alcoólicas será retirado do volante, ao revelar que em, apenas, uma noite de blitzen, a Polícia faz em média de 10 a 15 apreensões. ´Não fazemos mais por falta de estrutura´, disse Vanderic. . Ele acrescentou que as cenas no trânsito de Anápolis durante as madrugadas são cinematográficas, caóticas e até circenses. ´Presenciamos coisas de que as pessoas não acreditam´, disse, revelando que o trabalho conjunto entre a Delegacia de Transito e o Observatório de Segurança, denominado ´Direção consciente´, irá retirar das ruas somente os motoristas embriagados que representam riscos. ´Quem estiver com teor alcoólico inferior a 0,34 miligramas é imediatamente liberado´, garantiu Manoel Vanderic.