A morte de uma criança do sexo masculino (identidade preservada) ocorrida na última quarta-feira, 14, deixou a comunidade anapolina perplexa, pela forma como o crime está relatado pelas polícias Civil e Militar. O garoto foi atendido já, praticamente sem vida, no Plantão do Hospital de Urgências. Ele estava acompanhado da mãe, Giovana Souza de Jesus, 21 anos e do padrasto, Arafat Dias da Silva 31 anos e apresentava sérias lesões, inclusive, afundamento de crânio. Havia, ainda, suspeita de provável violência sexual o que, todavia, não foi confirmado a princípio.
Assim que foi levantada esta dúvida, o padrasto da criança evadiu-se do Hospital, deixando-a, apenas, com a mãe. Mas, a Polícia Militar, acionada, foi ao seu encalço e o deteve quando este estava escondido na casa da mãe, em um bairro de Anápolis. Levado ao Plantão Policial, o casal, a princípio, negou tudo e disse que o garoto havia caído do vaso sanitário e sofrido as lesões. O laudo médico inicial, todavia, contesta esta versão e aponta que foi ferimento causado por objeto perfuro-cortante. Descobriu-se, depois, que ambos haviam combinado esta versão através de mensagens pelo telefone celular.
O caso está sob o comando do delegado Cleiton Lobo e vai evoluir nos próximos dias. Por enquanto, o casal fica preso à disposição da Justiça. Consta, ainda, que o garoto sofria maus tratos por parte da mãe e do padrasto, a ponto de, até, dormir em um galinheiro como punição por travessuras que cometera. A princípio, Giovana e Arafat são acusados de homicídio, lesões corporais e maus tratos. Ambos já têm várias passagens pela Polícia. O pai biológico da criança está preso na Cadeia Pública de Anápolis. Os desdobramentos desse crime ganharam espaço nas redes sociais e na mídia nacional, devido à crueldade com que ele foi classificado e à comoção causada.
Outros casos
O assassinato de Cléber Carvalho Barbosa, 28 anos, metralhado dentro de sua própria casa, no Bairro JK, está coberto de mistérios e há, inclusive, a probabilidade de ter sido um crime cometido por engano. Era madrugada de terça-feira, 13, e a família comemorava o aniversário da filha de Cléber, uma garotinha de cinco anos que, inclusive, estava em seu colo. Dois elementos chegaram ao portão e chamaram pelo nome do antigo morador que havia se mudado do local há menos de uma semana. Como não saiu ninguém, os atiradores invadiram a festa e começaram a atirar. Além de Cléber, que foi ferido mortalmente no peito, a criança levou dois tiros de raspão nas pernas, mas não houve risco de morte. Ato seguinte, os atiradores fugiram em um carro que estava nas proximidades, com duas mulheres em seu interior.
Se for confirmada esta versão, terá sido o segundo homicídio cometido por engano em Anápolis no espaço de um mês. O primeiro teria ocorrido no Bairro São Lourenço. Augusto César Lemes, 22 anos, estava em um bar, no dia 16 de janeiro, quando chegaram dois homens armados e começaram a atirar. O alvo seria outro homem que se escondeu atrás de César. Os atiradores fugiram em seguida.