Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) confirmaram a primeira ocorrência no Brasil das chamadas chaminés de fada, formações naturais raras que ostentam uma aparência quase alienígena.
Elas foram descobertas na Serra Geral de Goiás, em uma zona rural de Campos Belos, próximo das divisas com Tocantins e Bahia. A revelação despertou o interesse da comunidade científica e reforçou o potencial geológico do cerrado goiano.
Formação natural rara
Também conhecidas como “demoiselles”, essas estruturas geológicas se formam por erosão diferencial. Nesse processo, uma rocha superior mais resistente permanece como um “chapéu”, protegendo a coluna de material mais frágil logo abaixo, que se desgasta lentamente sob a ação do vento, da água e de outros agentes ambientais. Dessa forma, surgem colunas que impressionam pela altura e equilíbrio, criando paisagens que lembram cenários de outro planeta.
Local e características
As formações estão localizadas em uma propriedade de Domingos Ferreira da Silva, no distrito de Pouso Alto, município de Campos Belos. No local, as torres chegam a aproximadamente três metros de altura, enquanto miniaturas de colunas menores brotam do solo, compondo um visual singular. Além disso, o cenário, marcado por solo avermelhado, relevo árido e clima com chuvas sazonais e ventos fortes, levou moradores e pesquisadores a apelidarem a região de “Vale de Marte”, em referência à semelhança com a superfície do planeta vermelho.
Importância científica
A descoberta é inédita no Brasil, o que torna a região uma nova referência para estudos de geologia e geoconservação. Os pesquisadores destacam que são raras formações desse tipo com porte e extensão semelhantes às observadas em Goiás. Por essa razão, o local já desperta a atenção da comunidade acadêmica e de entidades como o ICMBio, que discutem a criação de uma unidade de conservação para garantir a preservação, a visitação responsável e o turismo sustentável.
Preservação e turismo
Entretanto, além do fascínio visual, a preservação ambiental se tornou uma preocupação central. O cerrado enfrenta ameaças constantes, como desmatamento, incêndios e alterações no regime hídrico, fatores que podem comprometer a integridade dessas formações frágeis. Para transformar o potencial turístico em uma realidade segura e sustentável, especialistas apontam a necessidade de investir em melhorias de acesso, sinalização adequada, infraestrutura de visitação e na participação ativa da comunidade local. Dessa maneira, o “Vale de Marte” pode se consolidar como um exemplo de equilíbrio entre desenvolvimento e conservação.
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