Chuvas
As primeiras chuvas mais pesadas deste ano trouxeram de volta a preocupação que se observa há mais de duas décadas em Anápolis: a falta de um plano diretor para a drenagem urbana, principalmente na parte mais antiga da Cidade. O quadrilátero formado pelas ruas Quintino Bocaiuva, Sócrates Diniz, Manoel D’Abadia e Avenida Xavier de Almeida, tem sido o grande quebra-cabeças para sucessivas administrações. A água proveniente das chuvas é estancada pela falta de dutos suficientes para o escoamento, o que provoca problemas os mais diversos. Residências e, principalmente, estabelecimentos comerciais invadidos pelas enxurradas.
De acordo com especialistas, o agravamento se dá em virtude de grande parte, ou, a quase totalidade das canalizações entre as “bocas de lobo” e os PVs (poços de visita) que ficam no meio das vias públicas estar obstruída e sem condições de restauração. A solução estaria na substituição de todo o manilhamento, obra muito cara e de difícil execução, pois implicaria em mudança drástica na logística do trânsito, o que afetaria, diretamente, o movimento comercial do centro da Cidade.
Mas, este, por certo, não seria o maior problema da drenagem urbana em Anápolis. Há os chamados pontos de estrangulamento, a maioria deles clássicos e antigos, como o encontro das águas do Córrego Góis com as do Ribeirão Antas, região da Avenida Miguel João (antiga “Baixada do Sapo”), com a Rua Amazílio Lino de Souza onde ocorrem enchentes históricas com prejuízos de toda monta.
Da mesma forma, o encontro das águas do Ribeirão Antas com as do Ribeirão João Cesário, nos fundos do Ginásio Internacional “Newton de Faria” com seguidos alagamentos principalmente na Rua Washington de Carvalho, Andracel Center e setores adjacentes. E, nas regiões mais afastadas do centro, existem diversos outros pontos considerados críticos, onde a chegada do período chuvoso é, sempre, acompanhada de temor, caso das residências e estabelecimentos às margens da Avenida Ayrton Senna, entre a Vila Góis e o Setor Central.
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História
Ao longo dos anos, a Prefeitura tem corrigido alguns desses pontos de alagamento, como ocorreu na Vila Fabril, na Avenida Fernando Costa, nos fundos do Parque da Matinha, na Vila Formosa e na Rua Pérola entre o Conjunto Eldorado e o Jardim Ana Paula, dentre vários outros. Mas, a lista de setores carentes de obras estruturais para se evitarem as enchentes e alagamentos é longa e dependeria de recursos de grande monta para a solução dessas anomalias urbanas. Sem contar que o mau comportamento socioambiental da população colabora para o agravamento desse estado de coisas, com o descarte de toneladas e mais toneladas de materiais inservíveis nas vias públicas, margens de avenidas e leitos de córregos e ribeirões.
O trânsito
E, dentre os desafios que o próximo prefeito deverá encarar, por certo, um dos maiores é a necessidade, urgente, de se criar um plano diretor para o trânsito de Anápolis. A frota municipal, que não para de crescer, é adensada na região mais central da Cidade, onde ficam os bancos, repartições públicas, lojas, hospitais, shoppings e estabelecimentos correlatos. As ruas e avenidas do setor central são estreitas, de perfil irregular e várias delas não dão vazão para outras áreas da Cidade. É o caso, por exemplo, da Rua Ruy Barbosa, que começa e acaba no centro de Anápolis.
Dois outros exemplos são as ruas Barão de Cotegipe e Sócrates Diniz. É verdade que, nos últimos anos houve uma certa descentralização, com a mudança de grandes armazéns e assemelhados para regiões mais afastadas. Também, alguns bancos criaram filiais em bairros e avenidas mais distantes. O mesmo ocorreu com a Câmara Municipal e como Ministério Público que se transferiram para áreas mais remotas.
Mas, os desafios do trânsito se multiplicam, como os estrangulamentos verificados nas regiões dos viadutos DAIA; “Miguel Moreira Braga”; “Ayrton Senna”, Recanto do Sol e das avenidas Pedro Ludovico (entre o Conjunto Nações Unidas e o Vivian Park) e Brasil Sul (na conexão com o Bairro Santo André), onde está cada vez mais difícil trafegar em horário comercial.
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