Embora a Secretaria de Segurança Pública e a Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) tenham feito todas as recomendações necessárias, as negligências nas agencias bancárias de Anápolis parecem não cessar. Filas, aglomerações e demora no atendimento, estão longe de deixar de ser realidade.
Em pronunciamento feito pelo Secretário de Defesa do Consumidor, Robson Torres, a revolta pelos serviços bancários prestados, é nítida. “Não sabemos mais o que fazer. Estamos tendo reclamações de todas as agencias bancárias de Anápolis. É um total descaso e falta de respeito com o consumidor”, acrescenta com indignação.
De acordo com Robson, no geral, o tempo de espera é o maior problema encontrado nas agências, e tem piorado consideravelmente por causa da pandemia. “O cliente se vê obrigado a ficar nas calçadas, de baixo do sol, para aguardar atendimento. No caso dos idosos e aposentados a falta de humanidade ainda é pior”, declara.
Operam na cidade de Anápolis, sete bancos com 36 agências bancárias. De acordo com informações disponibilizadas pelo Procon, os bancos da cidade já foram autuados em mais R$ 2 milhões em multas por negligências.
Reclamações
O Banco do Brasil e o Itaú lideram a lista de queixas. No BB, por exemplo, o descaso no atendimento vem provocando revoltas na população. “O Banco do Brasil está com uma prática abusiva. As 13 horas eles se recusam a distribuir senha aos clientes, sendo que esse serviço deve ser prestado até as 14. Ou seja, muitos vão e perdem a viagem”, completa Robson Torres.
Já no caso do Itaú, os anapolinos vêm reclamando do alto índice de aglomeração na agência bancária da Praça Bom Jesus. Em explicações à Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor, o Itaú relata que, após o fechamento de duas agencias do antigo Unibanco em Anápolis, todos os clientes migraram para filial da Praça Bom Jesus. Causando tumulto e aglomeração.
Desabafo
Em desabafo ao Contexto, o atual Secretário de Defesa do Consumidor se manifesta indignado contra a ruptura do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e faz um apelo ao Ministério Público e a Câmara dos Vereadores.
“Os Órgãos de Defesa deveriam trabalhar em conjunto e sintonia, mas não é o que acontece. O Procon, necessita do apoio do Ministério Público e da Câmara dos Vereadores de Anápolis. Nós não estamos dando conta de tantos abusos sozinhos. Os órgãos precisam se unir e participar dessa briga”, aclama Robson.
Organizações e críticas
Segundo relata o Presidente do Sindicato dos Bancários, Odilar Maciel Barrêto Filho, os bancos só seguem as diretrizes das Federações (FENABAN e FEBRABAN) quando convém.
“Quando conveniente seguem as orientações dessas Federações. A Confederação dos Bancários negocia pelos Bancos Particulares. Já com a FENABAN, o acordo é feito imediatamente com as diretorias da Caixa e do Banco do Brasil”, explica.
De acordo com Barrêto, os bancos não comunicam aos Sindicatos sobre a saúde dos funcionários. “O que sabemos é passado pelos próprios funcionários. Aqui na cidade, Itaú, Bradesco e Caixa, já tiveram servidores que, através de testes, acusaram positivo para Covid 19. Mas os bancos não nos passam essas informações”, acrescenta.
O Presidente do sindicato, ainda faz uma crítica aos serviços prestados e a falta de empatia pelos clientes e funcionários. “Os bancos, apesar de cobrarem tarifas referentes à manutenção de contas, trabalham com uma quantidade mínima de funcionários. Aproveitam-se da Pandemia, para empurrar os clientes para o Auto Atendimento ou Canais Alternativos”, dispara ele.