Poucos anapolinos receberam tantas homenagens como ele. Não por acaso, mas, fruto de uma vida dedicada ao trabalho e ao servir à sua comunidade. Aos 96 anos e cinco meses de idade, o professor João Asmar, que é, também, advogado, escritor e ex-vereador, coleciona tantas honrarias que, mesmo com a sua prodigiosa memória, não conseguiria reportar a todas.
Para se ter uma ideia, João Asmar já foi agraciado com a Medalha ´Anhanguera´, no grau Comendador, a mais alta honraria conferida pelo Estado de Goiás; a Medalha ´Pedro Ludovico´, a mais alta honraria concedida pelo Legislativo Estadual; a Comenda ´Gomes de Souza Ramos´, a mais alta honraria do Município; a Medalha do Centenário ´Zeca Batista´. Isso, por enquanto, para ficar nas principais homenagens.
Este ano, João Asmar recebeu duas importantes homenagens como fundador do Lions Clube; recebeu uma Placa de Gratidão por serviços prestados à Associação Educativa Evangélica; homenagens pelos serviços prestados à Maçonaria. Além disso, recebeu honraria da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Goiás; da Academia Goiana de Letras; homenagem da Câmara Municipal de Anápolis aos nomes que ajudaram a construir a história do Colégio Estadual ´José Ludovico de Almeida´ e, mais recentemente, a homenagem veio da ALA 2 (antiga Base Aérea) com o título de ´Jaguar Honorário´. Os ´jaguares´ são pilotos da aviação de caça que estão, ou, que passaram pelo 1º Grupo de Defesa Aérea, sediado em Anápolis.
Dos 96 anos e cinco meses de idade, João Asmar dedicou 61 deles à advocacia, tendo participado de nada menos que 253 julgamentos, não só em Anápolis, mas em outras cidades goianas e de outros estados brasileiros. Em 66 anos na carreira de professor, boa parte na ciência do Direito, João Asmar calcula que ajudou a formar cerca de cinco mil alunos. Alguns deles se tornaram governadores; ministros; deputados; senadores; vereadores; delgados; juízes; desembargadores, enfim, vários profissionais que se destacaram na carreira com a sua participação. Aliás, o número de cinco mil não é aleatório, porque ele guarda, como um verdadeiro tesouro, quase esse número de cartas de seus ex-alunos. Algumas delas foram parar em um livro.
Homenagens, ainda, na Santa Casa, no Tiro de Guerra, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e na Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), onde há uma bilibioteca e um memorial que leva o seu nome. Aliás, mesmo com a idade avançada, João Asmar faz questão sempre que pode de acompanhar as reuniões do empresariado e já registrou em livro, também, a história da entidade.
Memória política
João Asmar, também, teve uma passagem importante na política anapolina. Em meados da década de 50, foi sondado sobre a possibilidade de representar a colônia sírio-libanesa na Câmara Municipal. Mas, faltavam, apenas. 14 dias para as eleições. Ele aceitou o desafio e acabou sendo eleito. Foi o quarto mais votado à época, pelo PSP.
Segundo o ex-vereador, naquele momento, o então governador Juca Ludovico (José Ludovico de Almeida, que era do PSD), tinha problemas políticos com Anápolis e, de acordo com João Asmar, sequer recebia as lideranças do Município. Ele era amigo pessoal de Alfredo Nasser (foi Ministro da Justiça), um proeminente político da época e expôs a situação. Por seu intermédio, a barreira com Juca Ludovico foi quebrada e o orçamento que estava destinado para o Colégio Estadual, que leva o nome dele, foi triplicado. Detalhe: João Asmar foi sondado para assumir uma vaga na Administração Estadual, na pasta de Educação. Mas, foi aconselhado pela mãe a não aceitar. E, não ganhando nada em troca pelo trabalho de pacificação que havia feito, obteve prestígio com o Governador Juca Ludovico e passou a ser o seu representante oficial em Anápolis, garantido o apoio do então Prefeito Carlos de Pina e dos seus pares no Legislativo. Resultado: o Governo trouxe a energia, o telefone, pavimentou a pista de aviação e trouxe mais uma série de outras melhorias para a Cidade, que viveu uma boa fase desenvolvimentista, por conta desta ação política.
Outro detalhe não menos relevante na vida de João Asmar, é a sua carreira como escritor, iniciada aos 84 anos de idade. Hoje, ele tem 12 títulos publicados e mais três, conforme diz, em andamento. Como não tem mais como datilografar as peças literárias, como fazia no passado, compõe seus trabalhos ditando para os netos digitarem. Ele, também, afirma que pretende publicar mais dois livros: um deles, com histórias dos amigos e companheiros do passado.
No próximo dia 06, João Asmar recebe mais uma homenagem da Maçonaria, que ele começou a frequentar aos 88 anos de idade. Escreveu um livro sobre o tema e, hoje, detém elevado grau na comunidade maçônica. Esta homenagem vai acontecer no Templo da Loja Maçônica Roosevelt nº 01, por meio da Inspetoria Litúrgica do Estado de Goiás. Com muita vitalidade e a memória sempre pronta para relembrar fatos que marcaram a história de Anápolis e a vida de muitos anapolinos, João Asmar afirma que se sente realizado pelo reconhecimento recebido e que, por toda a sua vida, fez o voto de honrar e dignificar a sua família, sua cidade, seu estado e o seu país. ´Sinto-me muito feliz e honrado com tantas homenagens´, arrematou.