Professora da USP ganha reconhecimento internacional por atuação em suporte básico à vida
A professora Naomi Kondo Nakagawa, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, recebeu o título de fellow do Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC). A indicação ocorreu em razão de sua trajetória acadêmica e profissional dedicada à capacitação de crianças e adolescentes em suporte básico à vida, especialmente por meio do projeto Kids Saves Lives Brasil. Além disso, Naomi destaca a importância do reconhecimento. “Ser a primeira fisioterapeuta a participar dessa força-tarefa do Conselho Europeu de Ressuscitação e ser agraciada com o fellowship do Conselho foi uma enorme honra”, afirma.
O ERC, criado em 1988 por médicos, atua como uma organização sem fins lucrativos que busca tornar o ensino de ressuscitação acessível a todos. Assim, trabalha para ampliar as taxas de sobrevivência de pessoas em parada cardíaca. A nomeação reforça o impacto global da pesquisa e da prática desenvolvidas no Brasil.
Suporte básico
Naomi explica que o suporte básico à vida é um procedimento sistematizado de reconhecimento e atendimento da parada cardíaca fora do ambiente hospitalar. Primeiramente, o socorrista deve avaliar a segurança do local e a consciência da vítima. Em seguida, deve chamar ajuda, verificar a respiração e, caso a parada seja identificada, iniciar compressões torácicas e ventilações até a chegada de um desfibrilador externo automático (DEA) ou do serviço médico de emergência.
Segundo ela, o tempo é decisivo nesses casos. “O cérebro começa a morrer a partir do quinto minuto após a parada da circulação do sangue pelo corpo. É necessário agir rapidamente, porque quanto mais tempo essa pessoa ficar em parada, mais sequelas ela pode ter ou até mesmo a morte”, alerta.
Educação essencial
A professora reforça que crianças pequenas já podem compreender etapas básicas do atendimento. “Crianças a partir de 4 anos podem ter uma noção de como agir e reconhecer os sinais e pedir ajuda. A partir de 9 e 10 anos, introduzimos o treinamento quase completo, só deixando a parte de uso do DEA a partir de 11 e 12 anos de idade”, explica. Para ela, reconhecer uma emergência, pedir ajuda e saber agir deveria integrar tanto a educação formal quanto a formação cidadã.
Projeto nacional
O Kids Saves Lives Brasil, coordenado por Naomi e pela professora Maria José Carmona, surgiu em 2018 com aprovação dos criadores do conceito, os professores Bernd Böttiger e Federico Semeraro, da Alemanha e da Itália. O projeto treina crianças, adolescentes e adultos das comunidades escolares para identificar e agir em situações como parada cardíaca, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e engasgo total.
Naomi conclui que o conhecimento pode salvar vidas. “Partimos do princípio que todo cidadão tem o direito à educação e à oportunidade de desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes nessas situações de urgência e emergência. Esse aprendizado poderá salvar a vida de uma pessoa com qualidade até a chegada do serviço médico de emergência ou a um hospital”, finaliza.
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