Especialista relata que o uso da vestimenta pode gerar reações negativas
Uma Lei votada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) desobriga as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) do uso obrigatório de máscaras.
A proposta foi elaborada pelo o deputado estadual Delegado Humberto Teófilo (PSL). Segundo o mesmo, o uso de máscaras tem gerado crises em pessoas que sofrem com o Transtorno do Espectro Autista, uma vez que são mais sensíveis ao contato do tecido com a pele.
“A questão preventiva nesses casos tem que ser o uso do álcool em gel e o distanciamento. Ir apenas aos locais, como consultórios, onde tenha sido feita a assepsia”. Acrescentou o deputado.
Durante discurso, o parlamentar também destacou que o autismo afeta a comunicação, a socialização e adaptação do indivíduo a situações consideradas comuns, o que, portanto, exige necessidades e cuidados especiais.
Especialista
A psicóloga e Coordenadora da Reabilitação Intelectual do CER III da APAE, Paulyane Cristine da Silva, confirmou que a maioria das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem alteração sensorial, ou seja, tendem a ser muito sensíveis com a pele. Desta forma, o uso de algo que fique tocando a pele desses pacientes pode gerar uma reação negativa.
Em declaração ao Contexto, a psicóloga ainda informou que algumas crianças estão conseguindo se adaptar as máscaras. Todavia, aquelas que possuem alteração sensorial mais importante, não conseguem de forma alguma fazer o uso da vestimenta.
“Esta lei é muito importante. Realmente, existem crianças que possuem Transtorno do Espectro Autista que sofrem muito para usar as máscaras”, acrescenta.
Prevenções
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Anápolis atende hoje de 100 a 150 crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A instituição vem orientando às famílias dos especiais que sentem dificuldades no uso de máscaras, a ficarem mais atentas para as outras práticas de prevenção contra o Covid-19.
“Pedimos aos pais, que fiquem atentos em relação à higienização das mãos. Também temos orientado os responsáveis, para darem preferência aos ambientes que tenham condições de assepsia. Nestes casos específicos, um monitoramento mais rígido por parte das famílias é essencial”, completa a expert no assunto, Paulyane Cristine.