As atenções dos candidatos a Prefeito de Anápolis estarão voltadas, não apenas, para o contingente de 241.853 eleitores aptos ao voto (segundo levantamento do TSE, referente a maio de 2012), mas, sobretudo, em projetos para governar a Cidade, hoje com uma população de 338.544 habitantes (estimativa do IBGE, 2011), o maior parque industrial do interior do Estado e indicadores econômicos que a colocam como referência nos cenários nacional e internacional. O desenvolvimento, entretanto, gera uma série problemas e desafios, que o próximo governante terá de enfrentar. E não são poucos.
Conhecida como a Manchester goiana – numa alusão à cidade inglesa que foi um dos berços da revolução industrial – Anápolis vivencia um ciclo econômico de prosperidade. Alguns indicadores demonstram claramente que a Cidade, sobretudo, na última década, deu saltos importantes rumo ao desenvolvimento. Para se ter uma ideia, em 2002, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) teve uma arrecadação no Município, de R$ 141,8 milhões. Cinco anos depois, esta marca pulou para R$ 266,8 milhões e, no ano passado, fechou em 550,2 milhões, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda. O destaque, em 2011, ficou por conta do setor de indústria, que arrecadou em ICMS, R$ 293,7 milhões.
Outro aspecto relevante é o da balança comercial. Em 2002, as exportações feitas através de Anápolis não passavam de US$ 621,8 mil. No ano passado, as vendas para fora do País bateram a marca de US$ 254 milhões, a melhor da série histórica, desde que o indicador vem sendo divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC). As importações, em 2002, tiveram um volume de US$ 50,2 milhões e, no ano passado, veio a marca recorde de US$ 3,1 bilhões. Tudo isso, em consequência de alguns fatores importantes, como a consolidação da indústria farmacêutica (hoje a segunda maior do País na produção de medicamentos genéricos) e da indústria automotiva.
Em relação ao Produto Interno Bruto, os números de Anápolis também impressionam. No ano de 2002, o PIB (que representa toda a soma de riquezas geradas do Município) era de R$ 2,1 bilhões e o PIB per capita (ou seja, a divisão da riqueza entre a população), de R$ 7,2 mil. Em 2009, último dado consolidado, o PIB anapolino foi de R$ 8,1 bilhões e o per Capita, de R$ 24,1 mil.
E ainda tem mais: o número de empregos formais declarados na RAIS, subiu de 47.268 em 2002, para 82.172 em 2010. O número de consumidores de energia elétrica pulou de 113.041 em 2005, para 140.260 em 2011 e o consumo do produto, de 456.570 megawatts para 751.430 megawatts. As residências com ligações de água passaram de 69.428 em 2002, para 101.409 em 2011 e o atendimento de esgoto, passou de 35.429 ligações em 2002 para 51.000 ligações em 2011. Quanto ao abastecimento de água potável, o serviço atingiu a universalização, ou seja, está disponível em todas as regiões de Anápolis, à exceção de quatro bairros irregulares (áreas de invasões).
A outra face da Cidade
Por trás dos números robustos da economia anapolina, no entanto, estão alguns problemas que o próximo Prefeito terá de enfrentar. Um dos mais urgentes é, sem dúvida, na área de saúde. Embora o Município tenha investido em percentuais superiores ao exigido legalmente (15% da receita), a demanda é crescente e uma agravante – uma situação que se repete em várias localidades do País – é que faltam médicos de especialidades como, por exemplo, pediatras; neurocirurgiões; pneumologistas, dentre outros para assegurar o atendimento na rede.
Outro problema que afeta o cotidiano de milhares de pessoas e que deve estar na ordem do dia do próximo mandatário, é a questão da mobilidade urbana, que envolve a situação do tráfego de veículos, a segurança dos pedestres e o transporte de massas para a população. Todas essas questões estão ligadas, de alguma forma, ao aumento expressivo da frota em circulação. Obviamente que, com mais carros, motos, ônibus e gente circulando, o número de acidentes tem crescido e gerado preocupação. Para se ter uma ideia, Anápolis tem a 46ª. maior frota de veículos emplacados do Brasil (de um total de 5.560 municípios) e, até o final deste ano, a estimativa é de que a Cidade alcance uma frota de cerca de 200 mil veículos em circulação.
Embora não seja um problema que esteja afeto ao Município, mas recai sobre ele a realidade do enfrentamento, é a questão das drogas. Anápolis é uma das rotas para o tráfico de entorpecentes. Fora a droga pesada (cocaína, LSD, dentre outras) que passa pela Cidade, onde parte é deixada para alimentar o tráfico e o consumo, há o problema do crack que tem se infiltrado nos mais diferentes segmentos sociais, fazendo vítimas principalmente os jovens. Segundo as polícias (Civil e Militar), quase que a totalidade dos delitos envolvendo furtos, roubos, latrocínios e homicídios, está relacionada às drogas.
Projetos
Outro desafio para o próximo Prefeito será fazer com que alguns projetos estratégicos para garantir a continuidade do processo de crescimento, possam sair do papel. É o caso do Aeroporto de Cargas e da Plataforma Logística, a Ferrovia Norte-Sul e a ampliação do Distrito Agroindustrial. Neste último caso, a preocupação maior é que a criação de um novo espaço para abrigar indústrias é um processo demorado que exige desapropriação e legalização de terras e implantação de infraestrutura (arruamento, sistemas de abastecimento e tratamento de água e esgoto, abastecimento de energia elétrica, dentre outros). Hoje, o DAIA conta com poucas áreas e uma fila de pelo menos 30 empresas aguardando por um local para instalarem as suas plantas.