Ao contrário do que foi cogitado em alguns veículos de comunicação, o PSB não deve deixar a administração do Prefeito Antônio Gomide (PT). Os rumores começaram a circular depois que o Governador de Pernambuco, virtual candidato à Presidência da República pelo Partido Socialista Brasileiro, Eduardo Campos, comunicou a decisão da executiva nacional de entregar os cargos ocupados pela legenda no Governo de Dilma Rousseff (PT) – os ministérios da Integração Nacional e dos Portos, além da presidência da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
O Secretário Municipal de Obras, Serviços Urbanos Habitação, Clodoveu Reis, disse, em entrevista ao CONTEXTO, que a informação “não tem nem pé e nem cabeça” e não sabe de onde a informação se originou, uma vez que não foi discutida internamente pelo partido. “O relacionamento (com o PT) continua o mesmo. Mas, nós não temos preocupação com cargo, temos com o trabalho que estamos desenvolvendo e que é muito bem avaliado pela população”, disse, acrescentando que não vê problema nenhum no fato de o PSB abandonar o governo da Presidente Dilma Rousseff, sendo, esta, em sua opinião, outra realidade.
“Imagine o samba do crioulo doido se, de repente, em todos os estados e municípios onde o PSB e o PT estão juntos houvesse essa situação. Não há nada disso”, reafirmou Clodoveu Reis, adiantando que, também, não faz parte dos seus planos sair do PSB. Ele lembra que, historicamente, por ser um partido socialista, o PSB esteve, sempre, ligado aos partidos de esquerda, dentre eles, o PT. “Se em nível nacional o PSB deve lançar candidatura própria, é outra coisa”, ponderou.
Clodoveu Reis salientou que continua sendo secretário e que deixaria o cargo em duas situações: “se for uma decisão do Prefeito Antônio Gomide ou se chegar o estresse e por um motivo pessoal tiver de sair”, pontuou, dizendo que sempre foi honrado com a oportunidade de fazer parte da equipe liderada pelo petista. “Sou secretário porque acreditei e estou secretário porque acredito”, filosofou. Para o secretário, ideologicamente ou pragmaticamente, não está havendo nenhum problema entre o PT e o PSB.
O diretor de Turismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, o ex-vereador Sírio Miguel, que faz parte dos diretórios municipal e estadual do PSB, também ficou surpreso com a notícia que ele e o secretário Clodoveu Reis estariam de malas prontas para deixar o Governo Municipal. “Isso nunca chegou a ser discutido pelo nosso partido, inclusive, o presidente regional, Vanderlan Cardoso, já deixou claro a sua abertura em relação a essas alianças, uma vez que elas vêm de antes da sua entrada na legenda”, frisou.
Para Sírio Miguel, a decisão de Eduardo Campos, reflete um panorama que o partido vem vislumbrando a nível nacional para 2014, mas não afeta as alianças que foram firmadas entre o PSB e o PT nos municípios. “Aqui em Anápolis, a nossa relação é muito saudável, tanto no âmbito do Legislativo, que apoia o Prefeito Antônio Gomide com o nosso representante, o Vereador Jakson Charles, como no Executivo, onde participamos do projeto político que elegeu Gomide e ocupamos cargos para ajudar o Executivo. Mas, de qualquer forma, nós sabemos que os cargos são do Prefeito e é ele quem define. Mas nós estamos tranquilos, porque a relação do PSB com o PT é muito boa”, resumiu.
Posição do PT
O secretário de Comunicação Ceser Donisete Pereira, que é membro dos diretórios municipal e estadual do Partido dos Trabalhadores, afirmou ao CONTEXTO que não há “nenhum tipo de dificuldade do PT em relação ao PSB em Anápolis”. Segundo ele, o secretário Clodoveu Reis tem feito um bom trabalho numa pasta pesada, que envolve grandes projetos. “Nós queremos que fique”, salientou.
Ceser Donizete destacou que se houver algum tipo de problema, não será por parte do PT. Ele citou, como exemplo, o caso do PP, que também acenou numa direção semelhante, mas que mantém o chefe da Casa Civil, Mozart Soares Filho. “Também, não temos dificuldade com o PP ou qualquer outro partido da base”, frisou, observando que, em relação ao PSB, não há muito o que se comentar e, se houver, por acaso, uma decisão de deixar a administração, será por vontade própria. “Nós não interferimos e respeitamos todos os partidos”, afiançou.