Dezembro já bate à porta e como chegou rápido! Quando crianças, ansiávamos por essa época, que demorava tanto pra chegar. Como o tempo e a idade mudam as perspectivas! Na idade adulta, a forma de vermos a vida e o relógio são tão diferentes… Os sonhos também mudam, mas bom é que seja assim.
Apesar de muitos homens adultos continuarem sendo infantis – Síndrome de Peter Pan -, o apóstolo Paulo afirmou algo diferente ao separar em dois quadrantes as ações de meninos e homens: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.”
Já o compositor Roberto Ribeiro lembra na canção Todo Menino É Um Rei o quão somos cheios de sonhos quando pequenos: “Por cima do mar da ilusão/Eu naveguei! Só em vão/Não encontrei/O amor que eu sonhei/Nos meus tempos de menino/Porém menino sonha demais/Menino sonha com coisas/Que a gente cresce e não vê jamais/Todo menino é um rei/Eu também já fui rei/Mas quá!/Despertei”
Mas cheios de sonhos como crianças ou desprovidos deles na idade adulta, o que faremos quando o Natal chegar?
Certamente alguns planos já estão sendo feitos. Como será a ceia? Na casa de quem? Quem vai? Vamos viajar? As reservas estão feitas? Os presentes já foram comprados? Em geral, os planos de festas e viagens costumam ser melhores que os eventos em si. Não importa… afinal, “a felicidade está na jornada e não no destino.”
Mas precisamos aprender a desfrutar a estrada em que andamos, pois a felicidade não está somente no alcance da meta, mas na capacidade de usufruir da beleza do caminho. É fundamental esse desfrute, pois sempre há beleza na paisagem e muitas flores no percurso. E pensar nisso faz com que eu me lembre dos dias que vivemos e que antecedem o Natal.
Até o Natal chegar, quero desfrutar a graça de compartilhar a vida com amigos, colorir minha casa com a árvore e as luzes de Natal. Quero ouvir muita música natalina, das populares às sacras – sou apaixonado pelos antigos hinos natalinos, como o Oratório do Natal – de Bach e a fascinante obra Messias, de Haendel. Até lá quero aprender a ser mais generoso, doar mais dos meus recursos, pois há instituições e pessoas que podem ser abençoadas com minha vida e meus bens.
Até lá também quero imitar no meu dia a dia Aquele que é a razão do Natal: Jesus, pois entendo que Jesus não preparava os discípulos apenas para o céu, mas também para a vida. Não era apenas uma questão da eternidade, mas também de humanidade. Ele não apenas os ensinou a morrer, mas deu-lhes sentido para viver.
Quando Lucas escreveu o livro de Atos, ele resumiu a vida de Jesus de forma maravilhosa ao afirmar que ele “andou entre nós fazendo o bem.” Então… não quero esperar pra viver o Natal apenas no dia 25 de Dezembro. Quero vivenciar o Natal até o dia e a hora em que ele chegar.