Cada dia mais a sociedade diminui espaços de debate sobre as grandes demandas sociais e humanitárias, para priorizar discussões sobre temas ideológicos sem qualquer benefício concreto para as pessoas. Quando foi que nós, enquanto seres humanos, perdemos a capacidade de sentir a dor do outro, ou de nos compadecer com quem sofre por causa do coração endurecido e da insensibilidade daqueles que formam a chamada ‘maioria’?
Parece lógico afirmar que, neste momento, precisamos de menos clic’s e engajamentos, e mais empatia com os outros. Inclusive quando esses ‘outros’ são nossa própria família. Os conflitos familiares ocorrem desde o princípio dos tempos, entendemos que pensar diferente é condição de evolução humana. Mas, agora, nos tempos atuais, são sinônimo de afastamento.
Ousei indagar à Inteligência Artificial sobre quando perdemos nossa capacidade de empatia. Eis a resposta que me foi dada: “Não há um momento específico em que a empatia foi perdida, mas sim fatores que podem dificultar ou diminuir sua manifestação […] É importante lembrar que a empatia não é uma habilidade fixa, mas sim algo que pode ser cultivado e aprimorado ao longo da vida”.
Vivemos no tempo em que os poderosos do mundo se arvoram sobre os mais vulneráveis, como se deles donos fossem; em que a riqueza e renda estão concentradas em poucas mãos; de guerras, conflitos armados, terrorismo e outras formas de violência que causam sofrimento humano; da degradação ambiental; e da disseminação de notícias falsas e teorias da conspiração que visam minar a confiança nas instituições.
O homem mais importante que caminhou sobre a terra chamou de bem-aventurados os humildes de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os limpos de coração e os pacificadores. Somos empáticos a pessoas assim? Por que justificamos nossas guerras com a morte de inocentes como criancinhas, enfermos e idosos?
O que vemos atualmente é a prioridade às pautas ideológicas, rasas e do poder a qualquer custo; à disseminação do ódio a quem é e pensa diferente de nós; da superficialidade das aparências abundantemente propagadas nas redes sociais; da banalização do civismo e do caráter; e do esfriamento do coração ante ao sofrimento de quem está ao meu lado.
Quando foi que perdemos nossa capacidade de sentir a dor do outro?
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