Recentemente, assisti a uma palestra de Ana Carolina Barcellos, mais conhecida como Carol Barcellos, em um evento para executivos. Jornalista, maratonista e palestrante, ela começou a carreira em 2004 como estagiária no SporTV. Em 2015 passou a apresentar o programa Planeta Extremo, quadro exibido no Fantástico desde 2013.
Depois de correr a primeira maratona olímpica aberta ao público na França, Carolina decidiu que era a hora do novo! Ela chegou a correr 42km a 40 graus negativos no Polo Norte, mergulhou em cavernas no interior da China, cruzou a Lapônia de trenó, escalou árvores de 90m na Califórnia… A palestrante sempre foi além para explorar o mundo e contar histórias. Ela é autora do livro Quebrando os Limites, mas ficou conhecida mesmo como apresentadora do Esporte Espetacular e do Globo Esporte.

Na palestra, entre algumas frases que me chamaram a atenção, uma delas foi a seguinte: Quando tudo treme o que te mantém de pé? A verdade é que, muitas vezes, o lugar que pisamos não é firme. O solo é instável, irregular ou traiçoeiro. Tudo gera insegurança e não temos onde nos agarrar.
As circunstâncias históricas não são as mais alvissareiras. Precisamos de fundamento sólido. As notícias, a conta bancária, os relacionamentos – que julgávamos ser nosso fundamento – parecem movediços. Desistimos da vida. O que fazer quando não se sabe o que fazer?
Jeremias, um conhecido profeta da Bíblia, viu tudo desmoronar à volta dele. Ele viu a guerra de perto e foi poupado por ser um velho incapaz de apresentar resistência, e que, na visão dos invasores babilônicos, morreria poucos meses depois por falta de comida, já que a cidade dele havia sido devastada.
Jeremias viu corpos destroçados no chão, crianças pisoteadas, e, sob a perspectiva histórica, não viu nenhum fundamento sólido capaz de reorganizar o caos. Era necessário encontrar algum horizonte, algo que garantisse solidez quando tudo tremia ao redor. O que poderia mantê-lo de pé?
Sua resposta foi a de um homem de fé. Ele precisava olhar para algo que transcendesse a circunstância caótica. Eis o que ele afirmou: “Quero trazer à memória, o que me pode dar esperança: as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim, renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”
Para se sustentar quando tudo tremia ao redor, Jeremias precisava colocar sua esperança em algo maior que ele mesmo , maior que as condições humanas que ele contemplava.
Era necessário olhar com transcendência, ir além de si mesmo, das habilidades e possibilidades. Era necessário olhar para Deus. Ainda hoje, muitas vezes, precisamos lembrar que há um Deus que pode fazer o caos se organizar e pode dar esperança em meio ao desespero.