Por Nilton Pereira (Jornal Contexto) – Antony van Leeuwenhoek, que viveu entre 1632 e 1723, não era professor nem médico. Apenas, um comerciante letrado com um hobby curioso: fabricar e usar microscópios. Aquele holandês saiu do anonimato quando descobriu, com suas poderosas lentes, criaturas minúsculas agitando-se em uma pequena amostra da água de chuva que havia se acumulado em uma tina. Por acaso, ele acabara de descobrir as bactérias. Daí em diante, passou a examinar ao microscópio tudo o que via. Consequência disso? A descoberta de uma das maiores causas de doenças e mortes.

A história mostra, ainda, que, durante muito tempo se lutou contra a varíola. A doença matava até 40% dos doentes e, entre aqueles que sobreviviam, muitos ficavam cegos e desfigurados. O mal, também, atacava o gado bovino, cavalos e porcos. O britânico Edward Jenner (1749-1823) descobriu que, se uma pessoa fosse contaminada pela ferida da varíola bovina, uma forma muito mais branda da doença, ficaria livre de pegar a varíola humana. Estava descoberto o princípio da vacina. O que resultou na política de prevenção contra varíola e outras doenças graves.

Estas descobertas se juntam à da anatomia moderna (Andreas Vesalius), a definição da circulação do sangue (Willian Harvey), à da anestesia (Crawford Long), à dos raios-x (Wilhem Rontgen), à cultura dos tecidos (Ross Harrison), à do colesterol (Nikolay Anichkov), à do DNA (Maurice Wilkins) e outras revelações feitas por homens que se dedicaram à pesquisa e à busca do conhecimento. Homens despidos de vaidades, de arrogância, de prepotência. Ao contrário disso, eram pessoas que tinham em mente, apenas e, tão somente, ajudar ao próximo na luta contra as pestes e moléstias. Os resultados estão aí: a longevidade, a qualidade de vida, o conforto e a boa saúde.

Quem sabe não sejam estes homens, inspiradores e incentivadores para que novas descobertas no campo da ciência e da medicina sejam apresentadas à humanidade que, por sinal, anda muito carente disso. O principal desafio, hoje, é o codiva-19, ou coronavírus. Mas, têm, também, o câncer em diferentes espécies; o sarampo, as gripes e muitas outras moléstias que assolam os povos em todos os pontos do Planeta Terra. O mundo nunca precisou tanto dos cientistas, como agora.