Ana Rita Noronha
José Aurélio Mendes Soares
Nesta quinta-feira, 04/01, os radares já começaram a operar, oficialmente, em Anápolis. A informação foi repassada pela Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT).
Os controladores eletrônicos instalados têm velocidade máxima permitida de 60 km/h. Em outros 19 pontos da cidade, incluindo Av. Engenheiro Geraldo de Pina, Av. Goiás, Rua Barão do Rio Branco, Av. Faiad Hanna e Av. Presidente Kennedy, o limite é de 40 km/h.
Já na Avenida Brasil (Norte e Sul) a máxima permitida é de 60 km/h. É importante ressaltar que um equipamento é capaz de monitorar três faixas em um sentido e três no sentido contrário. Neste caso, dois equipamentos abrangem seis faixas.
A etapa educativa, sem emitir multas, começou no dia 21 de janeiro. De acordo com a CMTT, esse período foi estabelecido para que os moradores de Anápolis pudessem se adaptar aos limites de velocidade. O trabalho contou com entrega de folders, faixas com orientações, além da ampla divulgação na imprensa local.
Em comunicado divulgado, a CMTT informou que, mesmo durante o período educativo, uma queda na quantidade de imprudências já foi registrada. “Em apenas dez dias, houve redução em mais de 35% se comparado com os dez dias anteriores”, informou.
As penalidades variam de acordo com as infrações: leve (R$ 88,38 e 3 pontos); média (R$ 130,16 e 4 pontos); grave (R$ 195,23 e 5 pontos); e gravíssima (R$ 293,47 e 7 pontos).
Haverá, ao todo, um total de 370 faixas de monitoramento. A lista completa com os equipamentos instalados pode ser conferida no site da prefeitura.
CMTT investiu pesado em campanha de conscientização antes de retomar fiscalização

Sempre existiu um questionamento por parte da população sobre eficácia da fiscalização eletrônica de trânsito mas, com o advento das redes sociais, a manifestação das opiniões ganhou peso nessa avaliação. Por isso, desde o início do ano, a prefeitura vem fazendo um papel educativo para conscientizar os motoristas e pedestres da necessidade de implantar a medida em alguns pontos da cidade, visando reduzir principalmente a frequência e a letalidade dos acidentes. Em Anápolis uma pessoa perde a vida nessa situação a cada três dias, dentro do perímetro urbano.
O índice é considerado alto para o número de habitantes. De acordo com os especialistas isso ocorre principalmente por causa da geometria da malha do município, que cresceu rapidamente, sem as modernas técnicas de planejamento, ao longo das décadas entre 1960 e 1990. Ruas estreitas, morros e ângulos acentuados criam situações perigosas onde a alta velocidade se torna um elemento a ser combatido. É por isso que a CMTT – Companhia Municipal de Transito e Transportes aposta na instalação de redutores para minimizar essa estatística.
Campanha
Como parte da campanha de conscientização, foi produzido um vídeo para rebater as principais alegações contrárias à volta dessa sinalização. Nele, um jornalista ouve motoristas sobre os porquês de não se investir em radares eletrônicos. Os motivos são principalmente relacionados à chamada “industria da multa”. O jornalista então apresenta o resultado de um estudo que mostra a redução de 70% no número de acidentes onde barreiras foram instaladas e conta a história de um jovem de 15 anos, que morreu recentemente na cidade, depois que um motorista embriagado furou o sinal em alta velocidade. “Neste caso a chance dele sobreviver seria de 70%”, diz o jornalista. Nessa hora, os motoristas mudam de opinião.

Mas, nas redes sociais, muitos alegaram que os motoristas embriagados não respeitam essa sinalização. Dentre as diversas entrevistas que o titular da Delegacia de Trânsito Manoel Vanderic (foto) concedeu sobre o assunto, ele afirmou que as barreiras eletrônicas são sim efetivas na redução dos acidentes, inclusive os causados por motoristas embriagados. De acordo com o delegado, basta usar a lógica para compreender que existem diferentes graus de embriaguez e que apenas uma pequena parcela ingere bebidas alcoólicas numa quantidade tal que tire totalmente a noção de existência de tais obstáculos.
“A lei prevê o consumo zero de álcool e é nesse sentido que fazemos nosso trabalho. Mas a maioria daqueles que desrespeitam essa norma preservam lucidez suficiente para evitar multas e não se colocar em situação de um risco ainda maior, desenvolvendo altas velocidades. Basta que tenham conhecimento de que os radares estão instalados, funcionando e que o resultado da desobediência vai doer no bolso “, analisa. (José Aurélio Mendes Soares)