Transporte seguro, barato e não poluente, o modal ferroviário é visto como a alternativa mais eficiente para dinamizar o crescimento produtivo nacional
Não é por acaso que os países mais ricos e mais desenvolvidos no mundo, têm, no sistema ferroviário, seus mais importantes modais de transporte. As ferrovias são fatores preponderantes nas propostas de evolução socioeconômica desde os tempos mais remotos. Até porque, historicamente, o ‘trem de ferro’ veio muito antes do automóvel, quase um século de diferença. Países que entenderam esta proposta saíram na frente e ocupam lugar de destaque em termos de importância e status. Os Estados Unidos, por exemplo, lideram o ranking, com mais de 250 mil quilômetros de ferrovias. Em segundo lugar, outro país gigantesco, a China, com mais de 100 mil quilômetros de malha ferroviária. Mais um país-continente, a Rússia tem mais de 85 mil quilômetros de trilhos. Em quarto lugar, outro país enorme, a Índia, com mais de 65 mil quilômetros. O Canadá, também, gigante em extensão, aparece em quinto lugar no ranking, com mais de 50 mil quilômetros de ferrovias. O Brasil fica em um modesto décimo lugar, com pouco mais de 30 mil quilômetros de trechos. E, não precisaria ser assim. Os serviços prestados pelas ferrovias ao País poderiam ser maiores, se tivesse havido maior atenção em passado recente a esse modal.
Por décadas, a partir dos anos 50, o Brasil foi seduzido pelo sistema rodoviário, com o crescimento da indústria automobilística, a implantação de fábricas por todo o País e a abertura de estradas de ponta a ponta. Isto permitiu deixar de lado o interesse pela ferrovia e, até, pelo transporte hidroviário (marítimo, lacustre, fluvial) tidos como altamente viáveis para um país com as dimensões brasileiras. Tem-se como certo que o futuro da economia nacional passa, obrigatoriamente, pela logística de transporte. E, o sistema ferroviário é tido como o mais prático e barato, além de ser minimamente poluidor e oferecer registros ínfimos de acidentes, ao contrário do que se observa nas rodovias.
Despertamento
Recentemente, os governos (Federal e estaduais) voltaram a demonstrar interesse na política ferroviária, com a abertura de concessões a empresas privadas e, até, com projetos oficiais, com vistas a expandir a malha de ferrovias por diferentes pontos do País. O Centro Oeste, por ser a região de mais produtividade em comodities e outros produtos altamente exportáveis, poderia se beneficiar dessa nova fronteira para enviar a produção aos mercados consumidores nacional e internacional. É uma forma bem mais prática, economicamente mais viável e que abriria espaços para mais contratações de trabalhadores, aquisição de equipamentos e, principalmente, aumento no capital circulante.
No caso de Goiás, o futuro das ferrovias é promissor e está relacionado ao crescimento econômico e ao desenvolvimento da região. As principais tendências e perspectivas para o futuro das ferrovias no Estado são a expansão da malha ferroviária (o governo anuncia investimentos nesta área, com a criação do Sistema Ferroviário Estadual (SFE); a integração com outras regiões, pois a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) ligará Goiás a Mato Grosso. (ela pretende facilitar o transporte de cargas e promover o desenvolvimento econômico da região); modernização e tecnologia, tendo em vista que as ferrovias, em Goiás, têm sido modernizadas com a implementação de tecnologias avançadas, como o sistema de controle automatizado de trens e, ainda, o crescimento do transporte de cargas por ferrovias, que deve crescer, devido à expansão da agroindústria e da mineração na região.
Reflexos em Anápolis
Cortado, hoje, por duas importantes ferrovias (Norte Sul e Centro Atlântica) o território anapolino poderia ser, no futuro, um dos mais beneficiados com uma malha ferroviária consistente, operacional e eficaz. Segundo maior centro produtor de medicamentos genéricos no Brasil; sede de um dos mais importantes distritos industriais do País, com centenas de fábricas, localização estratégica entre duas grandes capitais (Brasília e Goiânia) e, historicamente, ligado ao modal ferroviário desde a década de 30, Anápolis se insere como município de excelente estratégia para o sistema multimodal, já que tem boas rodovias (federais e estaduais), um porto seco e um aeroporto de cargas em estágio final de implantação. Tudo isso somado a uma rede de ferrovias moderna e eficaz, permitiria transformar a região no mais importante centro econômico do País.
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