Redução orçamentária feita pelo Ministério da Educação (MEC) tira cerca de R$ 13 milhões de verba da universidade. Com corte, Edward Madureira acredita que será praticamente impossível cubrir os gastos da instituição
A verba disponível para investimentos e manutenção das universidades federais em 2021 caiu ao patamar de 2004. No entanto, o Brasil agora tem mais que o dobro de alunos de 17 anos atrás. A lei orçamentária de 2021 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após tensa negociação com o Congresso, com veto de quase R$ 30 bilhões à proposta aprovada pelos parlamentares.
Em nota, a Universidade Federal de Goiás (UFG) afirma, diante do cenário de redução de recursos que a instituição vem enfrentando, o corte adicional de 18% estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021 agravará ainda mais a situação orçamentária, podendo causar o fechamento da Universidade a partir de setembro de 2021.
“A LOA 2021 promoveu um corte de R$ 20 milhões em um orçamento que já estava defasado. Para efeitos de comparação, em 2014, o orçamento para as 69 universidades federais era de R$ 7,4 bilhões. Em 2021, ele foi reduzido para R$ 4,3 bilhões. As universidades federais possuem, atualmente, 150 mil alunos a mais do que em 2014.”
Como resposta, o MEC diz que não mede esforços para a recomposição ou alívio das reduções orçamentárias. Segundo a pasta, o órgão está promovendo ações junto ao Ministério da Economia para que as dotações sejam desbloqueadas e o orçamento seja disponibilizado em sua totalidade.
Ainda, em comunicado, o MEC explica que há uma previsão para a melhora e pondera que não houve corte no orçamento, mas um bloqueio de dotações orçamentárias para atendimento ao Decreto nº 10.686, de 22 de abril de 2021.
Consequências
Em entrevista a Tv Anhanguera, o reitor da universidade, Edward Madureira, explica que, caso não ocorra uma evolução, uma paralisação acontecerá ‘de fora para dentro’, isso significa, por exemplo, que uma concessionária de energia pode parar o atendimento à instituição. “Provavelmte teremos que fechar as portas. Lógico que não vamos diminuir aulas e fechar laboratórios, pelo contrário, iremos continuar a todo vapor. No entanto, a verba não é suficiente para cubrir os gastos. De forma que vamos ter que atrasar o pagamentos de fornecedores. Uma hora chegará no limite e os serviços serão interrompidos”, indica.
A UFG tem hoje uma área total de aproximadamente 500 hectares, divididos em quatro campos localizados em Goiânia, Aparecida de Goiânia e cidade de Goiás. São, ao todo, 250 prédios e uma área equivalente a 5 mil campos de futebol.
A entidade estima que a comunidade universitária é composta por mais de 28 mil pessoas, entre estudantes, docentes, técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados.