Enquanto consumidores, nós, os brasileiros, estamos entre os povos mais desprotegidos do mundo. Constantemente somos vítimas dos maus comerciantes, dos maus industriais e dos maus prestadores de serviços. Somos ludibriados (há exceções, claro, mas, elas são poucas) por aquele imenso grupo que quer “levar vantagem em tudo”. Por isso, o litro de óleo que compramos, por exemplo, não tem um litro. Tem 900 mililitros. De cada dez litros, o consumidor perde um. As bombas dos postos de combustíveis em grande quantidade, não nos oferecem o volume pelo qual pagamos; o rolo do papel higiênico, nem sempre, tem a metragem anunciada na embalagem. O mecânico troca peças do carro sem necessidade. E, por aí, vai…
Claro, também, que temos os mecanismos de defesa. Mas, eles funcionam de verdade, ou são meras enganações? Sim, porque a parafernália de leis, a burocracia para o atendimento e, os empecilhos que se nos colocam adiante, em muitos dos casos nos desanimam. É muita dificuldade para buscarmos nossos direitos como consumidores que somos.
Somos reféns de um sistema cruel, onde nossa cidadania não têm o menor respeito por parte daqueles de quem, em grande parte dos casos, somos totais dependentes. É o caso, por exemplo, dos chamados serviços públicos, como o fornecimento de água e de energia elétrica. Na quase totalidade dos municípios, estes serviços são monopolizados. Ou seja, só se pode comprar de um fornecedor.
Nossa dependência vai adiante quando somos compungidos a nos quedar diante da maldosa política tributária. A do Brasil é uma das maiores do mundo. E, reclamar para quem? Pagamos, muitas das vezes, por coisas de que não desfrutamos, ou, não consumimos. Nosso troco, em muitos dos casos, fica retido nos caixas de supermercados, quando não é substituído por balinhas. As balanças que aferem os produtos que adquirimos, em sua esmagadora maioria, não têm qualquer aferição, qualquer fiscalização. Fica tudo como no século passado, ou seja, “na base da confiança”.
Estamos, ainda, muito atrasados em termos de respeito aos nossos direitos. E, ao que parece, nossos legisladores não estão muito preocupados no sentido de se aprimorarem as políticas protetores para o pobre consumidor brasileiro. Será que, um dia, isso muda?
Espero que sim, pois lei há, somente precisamos que ela se faça válida.
E o seu carro num período ele é do banco e depois é do governo pq se vc atrasa o carrissimo IPVA o governo retém o seu BEM para garantir o pagamento do referido imposto.
Em contra partida tem um buraco pra cada pneu em quase todas as ruas e estradas desse país.
Eu não sou muito otimista quanto às mudanças de posturas que abrangem gerações e gerações com hábitos tão intrínsecos, com delitos levianos e todos tidos como “normais”.
“Aprender muda cultura porque envolve primeiro desaprender.”
Quem sabe seja esse o caminho a se percorrer