Esta semana, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente iniciou um projeto que tem por finalidade principal, encontrar caminhos para o descarte correto dos resíduos que sobram de edificações em geral, os chamados entulhos, que têm sido, ao longo das últimas décadas, um dos maiores desafios para as administrações públicas em geral.
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A ideia, discutida em conferência virtual, é criarem-se dispositivos baseados em legislação federal já existente, para diminuírem-se os impactos causados pelo volume, cada vez mais crescente, de toda sorte de material reciclável, ou não, descartado de forma incorreta nas regiões urbanas e, até, em setores rurais, na maioria das vezes, em desrespeito às leis de proteção ambiental.
E, não só cidades de portes médio acima, onde se insere Anápolis, com grandes edificações, estariam no arcabouço da proposta. Até comunidades menores já sofrem com este tipo de agressão à natureza, com os prefeitos e demais autoridades sem condições de encontrarem caminhos para o acondicionamento dessas sobras.
O entulho é, basicamente, todo resíduo gerado pela construção civil ou de qualquer outro processo, como demolição, reforma ou escavação. Sendo assim, esses resíduos são um conjunto de diversos materiais, como restos de tijolos; concreto; argamassa; aço; madeira; gesso; cola; vidro; plástico; tubulação; cano de PVC; fiação eletrônica, telha e qualquer outro fragmento que sobre de uma obra.
Há no Brasil, involuntariamente, ou não, uma cultura de desperdício no setor de construção civil. Somos um país demasiadamente despreparado para uma política ambiental mais eficaz. Dados da Associação Brasileira Para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil apontam que as obras realizadas pelo País geram, em média, 84 milhões de metros cúbicos de entulho por ano. Já há dispositivos legais que, inclusive, classificam os tipos de rejeitos e apontam formas para tratá-los.
O entulho de construção pode ser reaproveitado de diferentes formas e, até, garante ganhos sociais, ambientais e econômicos. Sua destinação correta, também, contribui para se reduzirem os impactos negativos no meio ambiente. Com esses resíduos, é possível produzirem-se outros materiais, como areia, brita e bica corrida para a utilização em canalização de córregos; pavimentação; concreto; argamassas, contenção de encostas e muito mais. Podem-se produzir, ainda, outros componentes de construção, como blocos, placas, briquetes e tubos para drenagem.
Anápolis tem uma posição privilegiada ao se comparar à maioria dos municípios do Estado e, até, do Brasil, com relação ao descarte correto de entulho, pois, conta com um aterro sanitário padrão, homologado pelo sistema federal. Além disso, tem dois ecopontos, onde se podem descartar sobras de material de construção devidamente controladas, assim como, uma boa rede de coleta feita por empresas particulares. Mas, a evolução natural da Cidade exige mais investimentos públicos e privados para se melhorar o quadro já existente.