Leia também: Goiás receberá tecnologia inovadora para detectar HPV em mulheres
Publicada nesta quinta-feira (14) no Diário Oficial da União, uma portaria designa membros de sete ministérios e 19 representantes da sociedade civil, academia e entidades especializadas no tema.
O objetivo principal é a elaboração de um guia para o uso consciente de telas, destinado a orientar familiares, cuidadores e educadores. Além disso, pretende-se que esse trabalho sirva como base para políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção dos mais vulneráveis.
A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, surge em resposta ao alarmante aumento das lesões autoprovocadas intencionalmente por crianças e adolescentes, que cresceram 64% entre 2019 e 2022, muitas delas relacionadas ao uso de telas conectadas à internet.
A necessidade desse grupo de trabalho era aguardada por especialistas, que destacam a urgência de esforços multidisciplinares para promover um uso consciente das telas, conforme preconiza a Constituição Federal. A presença precoce e generalizada das crianças no ambiente digital é um fato, com dados indicando que cerca de um terço dos usuários da internet no mundo são crianças e adolescentes, sendo crucial mitigar os riscos associados a essa realidade.
Dentre os participantes do GT está o Instituto Alana, com vasta experiência na defesa dos direitos da infância. Segundo Maria Mello, coordenadora do Programa Criança e Consumo da entidade, é fundamental considerar tanto os benefícios quanto os perigos da presença digital das crianças, especialmente em plataformas guiadas por modelos de negócios que priorizam a atenção do usuário.
O pediatra e sanitarista Daniel Becker, integrante do GT, ressalta os diversos prejuízos causados pelo uso excessivo e inadequado das telas, indo desde problemas físicos até comprometimentos cognitivos e emocionais. Becker destaca também os riscos sociais, como a exposição a conteúdos extremistas e ações de criminosos, enfatizando a necessidade de regulamentação das plataformas de internet e redes sociais pelo governo e pelo Congresso Nacional. (Fonte: Agência Brasil)
Comentários 4