Considerada fundamental para o escoamento de grande parte do trânsito que flui da Região Norte, com destino ao centro da Cidade, a Rua Leopoldo de Bulhões está, mais uma vez, com meia pista interditada há alguns meses, pouco abaixo do Morro da Capuava. O local, conhecido como “buracão da Leopoldo” que durante muitos anos desafia as administrações municipais, oferece risco iminente de acidentes e de desabamento, devido à falta de consistência do solo no local onde, antes, eram jogadas toneladas e mais toneladas de toda espécie de entulho, indo desde o lixo doméstico, coletado nas ruas, até sobras de material para construção.
Assim sendo, periodicamente o terreno cede, apresentando depressões preocupantes, tendo em vista o grande fluxo de veículos que a rua recebe, tanto pelo aumento da frota municipal, quanto pelas mudanças efetivadas na paralela Avenida Tiradentes, que no sentido bairro/centro, tem todo o trânsito desviado para a Leopoldo de Bulhões. A situação é considerada crítica e tem sido objeto de reclamações de moradores que veem suas propriedades ameaçadas de desabamento, quanto de condutores, ao depararem com o risco de acidentes. Aliás, ao longo dos anos, já foram registrados vários deles, inclusive, com vítimas.
Solução
A Prefeitura está ciente do problema e tem feito, durante várias administrações, obras que objetivaram solucioná-lo. Entretanto, mesmo com os aterramentos e a compactação, seguidos da cobertura asfáltica, a situação não se resolve. Passados poucos dias, o problema volta a insistir. Para o Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Clodoveu Reis, a solução definitiva existe, mas é dispendiosa e a Prefeitura não tem dinheiro para realizar a obra com recursos próprios. O local, inclusive, é considerado de risco, depois de avaliações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Clodoveu Reis assegura que para se resolver, de vez, a questão, será necessário um serviço de grande porte. “Precisamos retirar todo o entulho que foi colocado aqui ao longo de décadas. Serão milhares e milhares de viagens com caminhões cheios de entulho. Depois, tem de ser feita drenagem das nascentes que estão debaixo desse aterro. Em seguida, fazer a canalização das águas pluviais e proceder o escalonamento do paredão, de forma que não se produzam mais as erosões. É uma obra caríssima que temos de viabilizar com recursos federais. Para tanto, estamos trabalhando em Brasília, a fim de conseguirmos a liberação do dinheiro”, justificou.
Só em 2012
De acordo com Clodoveu Reis, com a viabilização da verba para a obra, será feita a licitação, escolhendo-se a empresa para executar o serviço. “É uma obra que não fica por menos de dez milhões de reais”, sentenciou ele. Basta dizer que esse serviço custaria mais do que o viaduto da confluência das avenidas Presidente Kennedy e Universitária, no qual a Prefeitura anuncia que está gastando R$ 9 milhões. Para o Secretário, não há outra saída. Ele adianta, inclusive, que, conforme o projeto, provavelmente vai ser necessária, até, a desapropriação de imóveis que estão na área de risco, muitos deles de elevado valor. Todavia, é uma obra imprescindível, tanto para a política de trânsito urbano, quanto para a segurança de moradores do local e transeuntes que trafegam na Rua Leopoldo de Bulhões. Se a Prefeitura conseguir o recurso, a restauração do trecho citado somente ocorrerá a partir do ano que vem, devido, principalmente, ao período chuvoso que já chegou. Até lá, o remédio é conviver com o problema que, por sinal, não é novidade para os anapolinos.