Em que pese o trabalho das polícias Civil e Militar, com a adoção de patrulhas para o policiamento na zona rural do Município, os casos de ataques de grupos armados às propriedades se multiplicaram nos últimos anos. De acordo com o Presidente do Sindicato Rural deAnápolis, José Vitor Caixeta Ramos, os bandidos, que demonstram um elevado grau de organização, teriam conhecimento da rotina na maioria das fazendas e sítios, agindo emhorários e dias em que os ataques são mais suscetíveis de dar certo. “Eles chegam de surpresa, barbarizam, roubam tudo o que encontram pela frente. São levados veículos; eletrodomésticos; dinheiro; joias, defensivos agrícolas e tudo o que de valor acham pela frente. Em muitos casos, agridem os moradores, molestam as mulheres que, na maioria, preferem não denunciar por vergonha e constrangimento”, disse o empresário rural.
José Caixeta relatou ocasorecente em que um bandoatacou uma fazenda na região de Souzânia. “Eles chegaram por volta de seis da tarde e só foram emboraquando o dia estava amanhecendo. Fizeram misérias. Mataram umsuíno, obrigaram os donos a prepará-lo,comeram, sujaram toda a casa e quando o dia começou a clarear foram embora levando muitos bens dafamília”, declarou. José Caixeta narra outrocaso emque um pesque-pague da mesma regiãofoiatacadopor uma quadrilha que rouboutudo oquetinha de valor em poder dos clientes e dos proprietários. “A viatura da PM tinha acabado de sair de lá. Parece que os bandidos estavam vigiando para atacarem sem oriscode serem pegos”, disse o Presidente do Sindicato Rural. Em sua opinião, os marginais que atacam as propriedades rurais nos arredores de Anápolis teriam uma espécie de comando único, com funções definidas para cada grupo. “Por mais que a polícia faça patrulhamentos, dificilmente eles são descobertos”, disse Caixeta.
Solução
Diante doquadro, oPresidente do Sindicato Rural disse que muitos proprietários estão evitando ficar nas fazendas. “Eu mesmo nãodurmomais na minha propriedade. Fico lá para resolver oque tenho de resolver e venho para a cidade, onde tenho casa. Mas, muitos dos que moram na zona rural nãopodem fazer o mesmo, pois têmde cuidar do gado,das criações e não possuem casa na regiãourbana” declarou.
José Caixeta disse que, por conta dessa situação, o Sindicato Rural resolveu reagir e está trabalhando um projeto vai se tornaruma importante feramente para ajudar a polícia no combate a essa onda de crimes. “Estamos implantando um sistema de videomonitoramento ligado diretamenteao sistema de rádio e de vídeo da Polícia Militar, interligando todas as propriedades queseinteressarem. Assim sendo, as imagens, inclusive noturnas, serão veiculadas em tempo real, filmando as áreas maispróximas dos currais e das sedes das fazendas. Todo movimento, todo veículo, tudo oquese mover nas proximidades vai sair na tela. Desta forma, um fazendeiroserá uma espécie deolheiro dovizinho e, consequentemente, da polícia. Quando da suspeita de alguma ação ilegal, as viaturaschegarão a tempode obstruírem a fuga, ou,deinterceptarem um delitoem andamento”, disse o Presidente.
O equipamento para este projeto está orçado em cerca de R$ 5 mil por propriedade. “É um valor considerável para muitos que têm dificuldades financeiras. Mas, estamos trabalhando uma linha de financiamento para que os interessados possam pagar em várias prestações. Acreditamos ser um investimento que vale à pena, pois estamos tratando da segurança das propriedades e das pessoas. O Sindicato Rural tem todas as informações e orientações para os interessados. Basta que nos procurem” finalizou José Caixeta.