Isaquias Queiroz, único brasileiro até hoje a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos, e Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi e recém-recuperada de um câncer, foram escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para representar a delegação no desfile pelo Rio Sena no próximo dia 26.
Isaquias e Raquel são filhos de cidades pequenas e ganharam o mundo com o esporte.
O baiano, que quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, fez das canoas dos pescadores de Ubaitaba instrumento para ganhar quatro medalhas olímpicas e popularizar a canoagem velocidade: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m) na Rio 2016 e um ouro em Tóquio 2020 no C1 1000m.
Defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.
“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil”,
diz ele.
Queiroz, de 30 anos, foi descoberto pelo programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, em 2005.
Lá de Saudades
O rúgbi é um dos esportes mais populares da França, sede desta edição olímpica, mas ainda tem muito potencial para crescimento no Brasil.
E Raquel personifica a garra das mulheres que estão representadas quantitativamente em igualdade pela primeira vez nos Jogos.
Natural da pequena Saudades, no Interior de Santa Catarina, sonhava em marcar gols no futebol. Encontrou-se vestindo outra amarelinha.
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Chegou à seleção e liderou as Yaras, como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina, desde que o rugby sevens entrou para o programa, na Rio 2016.
Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.
Encarou mastectomia, quimio e radioterapia, manteve-se em atividade e voltou ao alto rendimento.
Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de um Time Brasil majoritariamente feminino, com 153 mulheres dentre os 276 classificados (55% mulheres na delegação).
“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras”,
disse Raquel
Cerimônia de abertura
A cerimônia de abertura será na sexta-feira, às 14h30 (horário de Brasília). O evento se iniciará nas margens do Rio Sena e seguirá até os Jardins du Trocadéro. Contudo, a primeira competição olímpica já começa na quarta-feira (24/7), com partidas de rúgbi e futebol. No dia 25, ainda antes da abertura, o handebol faz sua estreia. (Com informações da Agência Gov)