Documento será adiado até que diálogos com prefeitos ou novos dados do isolamento social embasem um fechamento do comércio
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, decidiu adiar a publicação do novo decreto de restrições das atividades econômicas para aumentar o isolamento social contra a covid-19. Caiado explicou que não tem apoio dos prefeitos, empresas e frentes do comércio “Se não tem uma adesão como houve no primeiro, pra quê fazer um decreto para ser letra morta? A medida só tem efeito de tiver o apoio de todos e não adianta baixar um decreto que não tenha o sentimento da população”, afirmou.
Após o anúncio do novo decreto, mobilizações de empresários, comerciantes, donos de indústrias e mesmo da população, tomaram conta das redes sociais, o que obrigou o governador a rever sua posição, considerada desnecessariamente rígida pela população. Caiado havia tomado como base para endurecimento a divulgação, no último fim de semana, de dados sobre o isolamento social colhidos através do monitoramento de aparelhos celulares, conferindo ao Estado de Goiás o índice de 36,9%, o pior do país. A média nacional está em 43,4%, enquanto o Amapá, melhor colocado, é de 51%. De acordo com o Ministério da Saúde e órgãos de controle internacionais, A meta de isolamento social deve ser de 60% e o ideal 70%, para surtir efeitos contra a transmissão da COVID-19. Adesão que Caiado afirma só ser possível com um decreto rígido de fechamento.
Com o adiamento, a publicação do decreto agora não tem uma data prevista. Caiado vai buscar apoio e outras medidas para tentar controlar o baixo índice de isolamento social, que já foi de 70%, o melhor do país dentre os estados. Chateado, o governador considerou difícil a decisão de não publicar o novo decreto e desabafou: “O que não vou aceitar é as pessoas dizerem que se houver desemprego a culpa é do Caiado ou se faltar leito hospitalar lá na frente também que a culpa é do Caiado”. O adiamento já dá início a uma onda de comemorações pelas redes sociais, onde as pessoas se dizem aliviadas, diante da crise econômica que já se avoluma, por causa da queda na circulação de dinheiro na economia. Um dos comentários mais frequentes é de que um novo fechamento seria a morte para as empresas que conseguiram sobreviver ao primeiro período de isolamento.