Por Olisomar Pires
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O medo é importante, até certo ponto. Quando o terror impede de agir, pensar, enxergar o melhor caminho, deixa de ser auxílio e se transforma em ameaça. E nesses casos, a mente se desespera e busca extinguir a causa da agonia, nem que para isso seja necessário atentar contra si mesmo, afinal, quem está desfalecido nada sente.
Em momentos de situações inesperadas, é preciso se precaver contra a ameaça real, mas sem se esquecer de controlar qualquer sentimento de temor. Muitas pessoas usarão dessa característica humana na tentativa de impor outros caminhos que não aqueles naturalmente escolhidos anteriormente. A vacina contra o medo é a esperança.
Sem esperança não há vida e não por acaso diz o ditado que a esperança deve ser a última a se entregar. Um povo desesperançado é presa fácil dos mais terríveis males.
Nosso país atravessa uma grave contingência. E sem esmiuçar ou justificar os motivos dessa gravidade, é evidente que existe uma batalha sendo travada para além dos problemas físicos e de saúde. Almas estão em perigo. Gerações de brasileiros estão sob ataque das mais diversas formas. As medidas emergenciais necessárias foram muito bem tomadas e estão sendo executadas preventivamente, entretanto, há um flanco que se mostra desguarnecido: a disposição moral da nação.
Nas ruas, nas famílias, no trabalho, a regra são pessoas receosas, muitas vezes sem nem conseguir explicar o motivo, apenas sentem-se desamparadas, órfãs da segurança advinda da raiz fecunda da fé, ao mesmo tempo em que são bombardeadas com notícias ruins, análises pessimistas, muitas vezes exageradas. Doença e morte a todo momento num mundo que esbanja vida em toda parte. Essas pessoas estão sendo intoxicadas pelo medo. Urge salvá-las.
Viver é enfrentar desafios e viver plenamente é entender que nem sempre nós escolhemos nosso destino, e mesmo assim, aceitá-lo de braços abertos, confiantes na Providência Divina. As nuvens de tristeza, mau agouro e desilusão não são o modo natural da vida, pois essa possui como essência a abundância próspera. Não se pode esquecer dessa dádiva em tempo algum.
Tudo é efêmero, exceto a conquista sobre nós mesmos. As dificuldades passam, a angústia se esvai, só é necessário calma, fé e paciência. Os frutos da batalha permanecerão envoltos em esperança e serão eternos. Vencer o medo é o primeiro passo, precaução e prudência vem em seguida, mas antes de tudo deve existir a lembrança de que não somos órfãos, não estamos abandonados nesse mundo.
Sejamos todos dispersores de esperança, pois ao contrário das formas malignas, o bom sentimento é incurável e altamente contagioso.
Olisomar Pires é escritor e diretor da Receita Municipal