Não gosto de pobre. E digo isso sem constrangimento, sem ironia e sem pedir licença aos moralistas de ocasião. Mas antes que o leitor se apresse em censurar, convém avançar algumas linhas.
Vander Lúcio Barbosa
Sim, eu não gosto de gente pobre. E digo isso sem medo de parecer cruel. Mas não falo de pobreza material. Refiro-me à pobreza de caráter, de valores, de humanidade. Não é a falta de dinheiro que me incomoda, mas a falta de princípios. Essa pobreza não se resolve com heranças ou salários, pois, é miséria interior.
Gente pobre é aquela que negocia a verdade, mente quando é conveniente e trata o outro como degrau. É quem não sabe amar, não pratica empatia e só ajuda quando há interesse. Essa pobreza moral corrói relações e destrói confiança. É o vizinho que espalha boatos, o colega que sabota o trabalho alheio, o político que nada cumpre. Todos eles são pobres, mesmo ostentando riqueza material.
Também é pobre o covarde. Quem terceiriza culpas, se esconde atrás de conveniências e desiste diante das adversidades. Quem erra e não aprende, quem cai e não levanta. Essa pobreza de espírito é comum, mas devastadora. É o chefe que se omite, o amigo que abandona, o cidadão que se cala diante da injustiça.
Há ainda a pobreza da sabedoria. Pessoas que falam demais e escutam pouco. Que acreditam que tudo pode, sem ponderar consequências. Que não sabem esperar, nem respeitar o tempo das coisas. Essa pobreza de discernimento é perigosa numa era de pressa, em que decisões impensadas causam danos coletivos.
Gente de natureza pobre é ingrata e desrespeitosa. Não pede perdão, não oferece graça, perde a esperança diante de cenários áridos. Essa pobreza não se mede em dinheiro, mas em atitudes que destroem vínculos. São pais que não assumem responsabilidades, filhos que desprezam os mais velhos, o profissional que não honra compromissos.
Essas pessoas podem até morar em mansões ou dirigir carrões — ou não. A verdadeira pobreza está no que carregam por dentro e espalham por onde passam. Por isso reafirmo: eu não gosto de gente pobre. Pobre de valores, de virtudes, de humanidade. Esses pecados empobrecem o mundo.
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