Entidade está propondo paralisação para o dia 15 próximo. Prefeitura reforça mudanças e diálogo
O Sindicato dos Médicos de Anápolis (SIMEA) acena com a possibilidade de uma paralisação da categoria, a partir do dia 15 próximo. A medida seria uma forma de chamar atenção da população sobre problemas que o setor estaria enfrentando em Anápolis e algumas outras questões que têm entrado na ordem do dia dos debates com a Prefeitura, dentre eles, a implantação do ponto eletrônico.
O presidente do SIMEA, o psiquiatra Márcio Henrique Cunha de Paiva, justificou a possibilidade de greve. Segundo ele, são muitos os pontos a serem discutidos- pelo menos 21 pontos foram levantados pela entidade- e que não podem ser mais protelados.
A proposta de implantação do ponto eletrônico, apontou Márcio Paiva, acabou por incitar a classe a exigir uma contrapartida do município.
O presidente do SIMEA observa que foi implantado um sistema informatizado de prontuário eletrônico. Porém, não foram disponibilizadas impressoras nos consultórios. “Para cumprir o protocolo, é necessário que o médico lance tudo no sistema e depois preencha as solicitações de exames ou receitas manualmente. Esse fato vem impactando no tempo da consulta, gerando atrasos, estresse, além do aumento de incidência de queixas osteomusculares dos profissionais, como tendinite e síndrome do túnel do carpo. Faltam equipamentos ergonômicos enquanto a carga de trabalho dobrou”, disse.
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Márcio Paiva enumerou vários outros problemas que estariam ocorrendo em relação à estrutura de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde e, também, afirmou que a categoria vê com reserva o compartilhamento de gestão das UBSs e dos hospitais com Organizações Sociais. E, por fim, ele faz também considerações acerca de questões de possíveis defasagens salariais para a categoria.
Calma
O Secretário Municipal de Saúde, Júlio César Spíndola, pediu calma aos médicos e ao sindicato que os representa. Ele divulgou uma nota à imprensa comentando a possibilidade de uma paralisação.
No documento, ele reforçou a necessidade da continuidade dos serviços e lembrou que a cidade ainda enfrenta a pandemia da Covid-19, apesar da baixa de contaminação.
“Uma possível greve proposta pelo Sindicato dos Médicos de Anápolis soa distante da ideia de união e bom senso tão necessários para este momento”, disse Júlio. O secretário também reconheceu que algumas unidades possuem certas deficiências, mas deixou claro que há quatro anos já existe uma reestruturação da rede de saúde em curso, que está servindo para superá-las.
“Peço que os médicos coloquem agora os interesses da cidade em primeiro plano e que levemos adiante uma negociação pautada naquilo que o município tem condições de oferecer ao longo do tempo”, declarou.
Pandemia
Júlio explica que os resultados deste projeto têm colocado Anápolis como uma referência para o país na qualidade do serviço público prestado na área da saúde.
“Neste momento, em que estamos vencendo este desafio e começamos a enfrentar os efeitos da pós-pandemia, esta união de todos pelo bem da nossa cidade passa a ser ainda mais importante”, completou. Júlio declarou que respeita as manifestações dos médicos, mas acredita que a situação possa ser resolvida com diálogo, sem que seja necessária uma paralisação.