Confira o panorama completo das situações em Anápolis, Goiás e no Brasil. Situação ainda está em fase de agravamento em todas as esferas, sem sinais de achatamento da curva
José Aurélio Mendes
Confirmado, nesta sexta-feira, 19, mais um óbito de paciente morador de Anápolis. Trata-se de um homem de 52 anos, diabético e com problemas cardíacos, que estava internado há quase um mês no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Foram seis mortes confirmadas em uma semana. Quase uma por dia. Os curados em Anápolis já somam 387 pessoas e os descartados 1.110. Os dados são da Secretaria Municipal de Anápolis.
O boletim traz ainda o número atualizado de testes positivos realizados na cidade, totalizando 571. Entre confirmados e suspeitos, 37 estão hospitalizados em enfermarias e 33 são mantidos em leitos de UTI. Além destes, 169 são mantidos em isolamento dentro de seus domicílios. A matriz de alerta permanece verde, ou seja, considerada baixa, vigorando as normas de reabertura progressiva das atividades econômicas.
Vice-prefeito
Um dos mais recentes contaminados pelo novo coronavírus é o vice-prefeito de Anápolis, Márcio Cândido. Ele foi diagnosticado na tarde desta quinta-feira (18), conforme assessoria do político. O comunicado foi feito por meio das redes sociais, alegando que o vice-prefeito está em isolamento domiciliar e apresenta estado de saúde estável.
Conforme informações, o vice-prefeito de Anápolis apresentou os primeiros sintomas há alguns dias e estava em isolamento domiciliar para tomar as devidas precauções. Com isso. ele foi submetido ao teste, que testou resultado positivo. Conforme informações da plataforma lançada pela prefeitura de Anápolis, a média de idade entre os pacientes confirmados com o vírus é de 37 anos. Entre os óbitos, a média é de 65 anos.
Hospital de Urgências
Nota do Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr.Henrique Santillo (HUANA) confirmou que, desde o início da pandemia, sete colaboradores da unidade testaram positivo para Covid-19. De acordo com o HUANA, os testes são realizados a cada 15 dias, porém, não foi especificado se o método de testagem é através dos testes rápidos (que possuem alta taxa de erro) ou dos PCR.
O divulgou que, dos sete confirmados, apenas um ainda se encontra em isolamento domiciliar e que deve retornar às atividades nos próximos dias. O hospital também ressaltou que esse número de contaminados representa menos de 1% do total de testados, mas não especificou o número de colaboradores que passaram pela avaliação.
O hospital garantiu que todos os protocolos de saúde e higienização estão sendo seguidos e destacou algumas ações tomadas pela unidade que contribuíram para a baixa taxa de contágio. A criação de um comitê com reuniões diárias para combate à Covid-19, capacitação dos funcionários iniciada em janeiro deste ano, manutenção e distribuição dos EPI’s e adequação de estruturas e fluxos para combater o avanço do vírus foram algumas das medidas citadas no registro.
Goiás
O estado de Goiás registrou 824 casos de coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Com os números desta sexta-feira (19), o total de casos chegou a 14.190. Existem ainda 41.488 casos em investigação e outros 22.373 foram descartados. A pasta não informou o número de pessoas recuperadas da doença.
Foram registrados 17 óbitos nas últimas 24 horas e o total é de 281. Além disso, 34 falecimentos ainda são investigados, enquanto outros 356 foram descartados. A taxa de letalidade da doença é de 1,98%. Os dados mostram que a Covid-19 já chegou em 189 cidades das 246 cidades goianas. Em outras 46 possuem casos suspeitos. Foram registrados óbitos em 56 municípios. Em outros quatro existem mortes sendo investigadas.
O painel eletrônico da Covid-19 feito pela SES-GO mostra que a doença tem atingido mais as pessoas entre 30 e 39 anos. Nessa faixa etária foram registrados 27,02% dos casos confirmados. Em segundo lugar vem as pessoas com idade entre 20 e 29 anos, com 21,88%. Por outro lado, as pessoas menos atingidas pelo coronavírus têm idade entre 10 a 14 anos, o que representa 1,18% das confirmações. Em segundo lugar vem a faixa acima dos 80 anos, com 2%.
Com relação aos óbitos, as idades mais afetadas são de 70 a 79 anos, que concentra 24,91% dos registros. Em seguida, vem as pessoas com idade entre 60 e 69 anos, com 23,48%. As idades nas quais foram registrados menos óbitos são a de 15 a 19 anos (1 caso) e de 20 a 29 anos (4 casos). O coronavírus tem atingido homens e mulheres de forma equilibrada, com 51% dos casos confirmados no sexo masculino e 49% no sexo feminino. Nos óbitos, entretanto, a maioria dos registros são homens (60,5%).
Brasil
O Brasil ultrapassou, nesta sexta (19), a marca de 1 milhão de casos confirmados de Covid-19. Até às 14h, 1.009.699 pessoas haviam contraído a doença no país segundo registros oficiais. Mas o número provavelmente é múltiplas vezes maior, dados os indícios de subnotificação.
Houve 26.340 novos registros desde as 20h de quinta (18). Problemas na plataforma do Ministério da Saúde onde os municípios informam os casos confirmados havia gerado problemas na contabilidade dos registros nos últimos dias, o que inflou o balanço desta sexta. Também foram registrados 48.427 óbitos no total, 558 deles desde as 20h.
Os dados são fruto de uma colaboração entre O Estado de S. Paulo, Extra, Folha, O Globo, G1 e UOL para reunir e informar números sobre o novo coronavírus, que são coletados com as secretarias estaduais de Saúde. Embora oficialmente a marca de 1 milhão de casos tenha sido ultrapassada nesta sexta, estudos estimam que o país possa ter até 10 vezes mais infectados. Carência de testes, um problema que o Brasil enfrenta desde o início da pandemia, são responsáveis pela subnotificação.
Os brasileiros ocupam o segundo lugar no ranking mundial de total de casos confirmados. Ficam atrás apenas dos americanos, que já somam mais de 2 milhões de pessoas contaminadas. O consórcio de veículos de imprensa, que reúne Folha, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1, Extra e Uol, foi criado para acompanhar e divulgar os números da doença no país, após o Ministério da Saúde ter tirado dados do ar e ameaçado sonegar informações.
Com informações do Consórcio de Veículos de Imprensa, Secretarias de Saúde de Anápolis e de Goiás e do Hospital de Urgências de Anápolis.