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Subsídio cruzado no fornecimento de água em Anápolis

de Robson Torres
27 de agosto de 2021
em Água
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A maioria dos anapolinos acredita que Anápolis é autossuficiente na produção de água para a população local, até porque somos um “berço” de nascentes e de mananciais como dos ribeirões Piancó, Antas, João Leite e outros. Mas como um bebê que precisa de um adulto para sobreviver, Anápolis é, de certa forma, refém de outros Municípios para servir sua população com água tratada. Daí a questão do subsídio cruzado.

Mas como assim? A Estação de Tratamento de Água (ETA) de Anápolis não recebe 876 litros de água por segundo e agora com a ETA Compacta não são mais 250 litros por segundo? Sim, é verdade. Mas de onde vem toda essa produção de água?

Para quem ainda não se atentou, neste mês de agosto/2021 já estamos recebendo água vindas dos pontos denominados Piancó II e Capivari, ambos não estão localizados nos limites territoriais do Município.

Além do que, o Ribeirão Caldas, responsável pelo abastecimento do DAIA e de outros 29 bairros da cidade, também tem sua captação fora dos limites do Município. Inclusive, este já parou de verter água há mais de uma semana, avizinhando-se a falta d’água se não houver, dentre em breve, uma precipitação hídrica (chuva), e o racionamento pode ser necessário.

Aparecida de Goiânia avança com polo aeronáutico. Anápolis, ainda sem definição

Anápolis, diferentemente de outras cidades, não é cortada por nenhum grande rio, e assim sua subsistência, até o momento, e não é de hoje, vem da Amazônia, que é responsável pela produção de chuva no Centro-Oeste. Como assim?

Vamos aos fatos: – As centenas de milhares de plantas e árvores e a vegetação amazônica em geral, liberam vapores/gotículas de água que são impulsionadas para a atmosfera, por meio da evapotranspiração. Condensadas, esses vapores/gotículas formam as nuvens. O ar úmido que também é gerado precipita-se e desloca-se para outras regiões, incluindo o Centro-Oeste do país.

Tudo isso requer um tempo específico e, quanto mais a Amazônia é degrada, maiores os riscos para o Centro-Oeste e, principalmente, para Anápolis, pois já que não é cortada por qualquer grande rio, suas nascentes precisam de uma mega-ultra proteção, além de projetos, ações e programas capazes de conter toda a água da chuva em nosso lençol freático e não simplesmente deixar toda essa água “descer ladeira abaixo” para as cidades vizinhas.

Apesar da distância, a floresta tropical é responsável pela dinâmica das chuvas nos biomas do Centro-Oeste. O fenômeno é conhecido como rios voadores: “Em função de ventos alísios [que formam uma espécie de ciclo], e da Cordilheira dos Andes, estes rios voadores empurram a umidade da transpiração da floresta para baixo. Quando há uma estação mais seca na floresta ou um aumento do desmatamento ocorre o desequilíbrio desses rios voadores e de todo o sistema hidrológico envolvido”, explica um pesquisador. A consequência é a redução das chuvas.

Voltando a questão das nascentes, uma riqueza de nossa cidade, o conceito de nascente é o afloramento do nível freático na superfície do terreno, e são pontos iniciais de cursos de água. Uma nascente nada mais é do que a água da chuva ou do derretimento das geleiras e, no nosso caso, é água da chuva, que se acumula em uma camada menos permeável. Uma vez acumulada, essa água pode emergir basicamente de duas formas: ou formando lagoas, ou jorrando. 

Uma legislação mais rígida em nosso Município, ligada ao Plano Diretor Municipal, Educação e Orientação ligada ao Meio Ambiente, quiçá subsídios no ITU/PTU para aqueles que promoverem métodos ou formas de contribuir com que a água desça para o subsolo, podem se converter em ferramentas mitigadoras.

O Prefeito Roberto Naves tem, sim, buscado implementar condições e ações que possam garantir não só o bem-estar de toda a população, mas também garantir meios para nosso crescimento populacional, comercial, industrial e prestacional.

A criação da Agência de Regulação Municipal – ARM, comprova tal diretiva, além do Pro-Água, que é um programa de referência  e que está sendo estudado e copiado por dezenas de outros municípios por todo o país, e que garantiu o reconhecimento de Anápolis no exterior, inclusive, do Governo da Alemanha, quando da celebração do “Memorando de Entendimento entre Anápolis e o Governo Alemão”, num momento que a maioria acreditava que era uma ficção ilusionista. Mas, o Prefeito Roberto Naves “bancou” a ideia revolucionista neste setor fundamental: o meio ambiente.

Anápolis nasceu emergente, ainda o é e tem tudo para continuar sendo a tão falada Manchester Goiana, com um grande polo industrial, uma população ordeira e trabalhadora e grandes empreendimentos, e para tanto o fator água é fundamental e sem um planejamento técnico e específico, atender e manter toda essa estrutura será um grande risco e sempre um penoso desafio.

Robson Torres é funcionário de carreira da Prefeitura de Anápolis, ex-Diretor da Receita Municipal, ex-Diretor Geral do Procon e atualmente é presidente da Agência Reguladora Municipal.
Rótulos: águacrise hídricaRibeirão AntasRibeirão João LeiteRibeirão PiancóRobson Torres

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