A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero
A partir deste ano, o teste citopatológico conhecido como papanicolau será substituído, no Sistema Único de Saúde (SUS), pelo exame molecular de DNA-HPV. Essa mudança visa aumentar a sensibilidade dos diagnósticos e permitir intervalos maiores entre coletas, passando de três para cinco anos quando o resultado for negativo. A faixa etária para o rastreio segue de 25 a 49 anos.
As novas diretrizes, anunciadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e já aprovadas por comissões como a Conitec, aguardam aval da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para entrar em vigor. Especialistas acreditam que, com alta cobertura vacinal e rastreamento organizado, o câncer de colo do útero, que afeta 17 mil mulheres anualmente no Brasil, poderá ser erradicado em 20 anos.
Rastreamento e acessibilidade
O teste de DNA-HPV, recomendado pela Organização Mundial da Saúde desde 2021, identifica variantes oncogênicas do vírus e oferece maior segurança para diagnóstico. Além disso, será combinado com rastreamento ativo, onde o SUS buscará diretamente o público-alvo para garantir acesso ao diagnóstico e tratamento.
De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer, a cobertura do papanicolau entre 2021 e 2023 foi abaixo de 50% em quase todos os estados, dificultando o início do tratamento em até 60 dias, como exige a legislação. As novas diretrizes incluem iniciativas como a autocoleta para populações de difícil acesso e protocolos inclusivos para atender pessoas transgênero e intersexuais.
“O teste DNA-HPV tem alta confiabilidade e permite espaçamento seguro de cinco anos entre coletas,” afirma Itamar Bento, pesquisador do Inca. Com essas inovações, o Brasil reforça o combate ao câncer de colo do útero.
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