Pagamos caro por recursos que não usamos — e talvez nunca venhamos a usar, transformando a inovação em mero fetiche.
Por Vander Lúcio Barbosa
Vivemos em uma era de avanço tecnológico vertiginoso. Computadores, celulares, carros, televisores — tudo evolui rapidamente, com novos modelos lançados a cada semestre, repletos de funções que prometem facilitar a vida.
Mas será que estamos preparados para absorver tanta complexidade? Será que usamos, de fato, tudo o que compramos?
A pergunta que me intriga é simples: de zero a cem, quanto aproveitamos daquilo que adquirimos? A resposta parece pender para o desperdício. Investimos somas consideráveis em aparelhos de última geração, mas exploramos apenas uma fração mínima de suas funcionalidades.
Muitos sequer sabem que elas existem. E isso não é exclusividade da geração mais velha, embora nela o impacto da curva de aprendizado seja mais evidente.
O universo automotivo ilustra bem essa realidade. Os carros modernos são verdadeiros computadores sobre rodas: comandos digitais, assistentes virtuais, telas por todos os lados.
Para quem não tem intimidade com esse universo, dirigir virou um desafio adicional, uma distração constante.
A tecnologia, que deveria simplificar, acaba gerando insegurança. E, em alguns casos, risco: um motorista distraído, tentando ajustar o ar-condicionado por toque em uma tela multifuncional, pode se envolver em um acidente por não conseguir realizar uma tarefa simples com rapidez e foco na via.
O mesmo padrão se repete com celulares e televisores. Quantas pessoas usam apenas o básico de um smartphone de dez mil reais? Quantas funções de uma smart TV são exploradas após a primeira semana?
A tecnologia atual virou símbolo de status, não de utilidade. Compramos funções que jamais usaremos, pagando caro por recursos que logo se tornam obsoletos.
É hora de refletir e optar por inovações acessíveis, intuitivas e úteis.
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