Nesta Quinta feira, dia 28, celebramos o Dia de Ações de Graças. Eu não consigo entender muito bem algumas lógicas sociais, mas o “Dia das Bruxas”, ou halloween ou “dia dos mortos”, é mais celebrado que o dia da gratidão. Se você é pai ou mãe sabe o que estou dizendo. Seus filhos devem ter chegado em casa informando que deveriam se fantasiar para o Dia das Bruxas, mas eu não estou certo que chegarão em casa dizendo que haverá uma festa na escola pelo dia da gratidão. Não é estranho?
Por que falamos tão pouco da gratidão? Só para pensar: qual foi o último artigo ou livro que você leu sobre gratidão? É importante levar a sério o que nos ensina a Bíblia: “Em tudo dai graças!”.
Nunca me esqueci de uma famosa frase de Norman V. Peale: “Se agradecido faz todas as coisas melhores”. Pessoas gratas, vivem melhor. Tornam a vida mais fácil. A gratidão é um divisor de águas na alma humana. A ingratidão transforma a vida num peso e é causa de doenças e infelicidade. Quando agradecemos reconhecemos que o mundo não está contra nós, que apesar das dificuldades da vida, há ainda muita coisa para celebrar.
Ações de graças não pode ser um simples muito obrigado. Gratidão deve ser um estilo de vida, brotando de um coração que reconhece a vida como dádiva celeste. Ruben Alves afirma: “Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas, porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.” Reverberando a célebre afirmação da poetisa mineira Adélia Prado: “O que a memória ama, fica eterno”.
Uma das coisas que me assusta quando falamos deste tema, é o fato de que falamos de gratidão de forma genérica. Precisamos aprender o que queremos agradecer e a quem queremos agradecer. Não faz sentido dizer: “estou grato”, se não sabemos “porque” estamos gratos. Nem faz sentido dizer: “obrigado”, se não sabemos a quem agradecer. Muitos falam da gratidão mas não se preocupam em descobrir realmente, porque e a quem estão agradecendo.
Um dos problemas na gratidão é que não aceitamos o presente tempo, nem valorizamos aquilo que recebemos no momento. Quando ficamos sempre com grandes e utópicas expectativas sobre o que poderíamos receber, esquecemos de celebrar o que já recebemos.
Ser grato areja, ilumina, embeleza, clarifica a alma. Precisamos ser gratos sem desembocarmos num romantismo ingênuo. Mesmo quando atravessamos tempos difíceis é possível ser grato, não pelo que acontece no momento, que pode ser uma experiência de dor, mas por saber que, mesmo na dor, nossa alma pode ser iluminada e podemos nos tornar mais humanos. Não dizemos, “graças a Deus estou com câncer”, mas posso dizer: “Apesar de estar doente, eu sei que o Senhor cuida de mim, e que alguma coisa bela vai acontecer na minha história de dor, porque Deus é soberano e amoroso.”
Nesta semana, tire um tempo, a sós, para agradecer. Escreva as bençãos que você tem recebido. Se você parar, pelo menos por 20 minutos, para refletir sobre o assunto, você certamente ficará impressionado com as bençãos infinitas e grandiosas que você recebeu neste ano.