Especialistas brasileiros pedem cautela e lembram que o diagnóstico envolve múltiplos fatores
Um novo exame desenvolvido nos Estados Unidos promete identificar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em apenas 15 minutos por meio da análise do olhar de crianças. A tecnologia, que começou a ser utilizada em agosto de 2023, acompanha os movimentos oculares enquanto os pequenos assistem a vídeos. Apesar do avanço, especialistas brasileiros alertam que reduzir um diagnóstico tão complexo a apenas um biomarcador pode trazer riscos.
A pesquisa é conduzida pelo brasileiro Ami Klin, diretor de um dos maiores centros de tratamento de autismo em Atlanta. O teste é aplicado em crianças de 1 ano e 4 meses até 2 anos e meio e tem como objetivo agilizar a identificação precoce do transtorno. No entanto, ainda não há previsão de implementação no Brasil, já que a técnica depende da avaliação e aprovação dos órgãos reguladores nacionais.
Diagnóstico atual no Brasil
Atualmente, o diagnóstico do autismo é clínico. Ele pode ser feito a partir dos 18 meses de idade, embora seja considerado mais confiável após os 3 anos. O processo envolve observação médica, aplicação de testes padronizados e relatos de familiares ou cuidadores, o que amplia a precisão na identificação dos sinais do TEA.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento a pessoas com autismo por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que hoje conta com 577 unidades em funcionamento em todo o país.
De acordo com o IBGE, cerca de 2,4 milhões de brasileiros já receberam o diagnóstico de autismo, o que representa pouco mais de 1% da população. Nos Estados Unidos, a estimativa é ainda mais alta: uma em cada 31 crianças vive com o transtorno.
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