Câmeras de segurança registraram o veículo descaracterizado com dois PMs que teriam acompanhado o carro do delegado em Cocalzinho de Goiás
O delegado de Cocalzinho de Goiás, Christian Zilmon Mata dos Santos, denunciou ter sido vigiado e seguido por dois policiais militares à paisana. Ele acredita que os agentes, integrantes da própria corporação, planejavam matá-lo. O caso ocorreu na noite de 8 de outubro e foi registrado em ocorrência formal junto à Polícia Militar.
Perseguição registrada
Segundo o relato, o delegado percebeu que uma camionete branca com vidros escuros passava repetidamente em frente à sua casa. Logo após sair de carro, o veículo começou a segui-lo pelas ruas da cidade. Diante da suspeita, ele estacionou próximo a uma academia e entrou no local para observar os movimentos.
Em seguida, o delegado notou que os dois ocupantes da camionete desceram e começaram a conversar ao telefone. Zilmon então se aproximou a pé, sacou a arma e ordenou que levantassem as mãos. O momento foi tenso: os homens se recusaram a obedecer, e um deles chegou a fazer menção de sacar uma pistola.
Após o delegado gritar várias vezes que era policial civil, os dois revelaram que também eram policiais militares, identificando-se como cabos do Batalhão Rural. Eles afirmaram que estavam na cidade cumprindo uma investigação.
Contradições na versão
No dia seguinte, o delegado buscou informações sobre os dois militares e descobriu que ambos, na verdade, são sargentos, e não cabos como haviam afirmado. Ele também tentou contato com um capitão que estava de serviço na noite do ocorrido, mas não obteve esclarecimentos sobre qual investigação estaria em andamento.
Ligação com caso antigo
Zilmon acredita que a perseguição possa ter relação com a reabertura de um processo que investiga a morte de seu irmão, morto há dez anos durante um suposto confronto com policiais militares em Aparecida de Goiânia.
A denúncia do delegado veio a público apenas na noite de quarta-feira (22), por meio de uma publicação em uma conta do Instagram. Na manhã desta quinta (23), a Corregedoria da PM tomou conhecimento do caso e deve instaurar ainda hoje um procedimento para apuração dos fatos.




