Relatos históricos revelaram que os temporais que atingiram o litoral de São Paulo, no último final de semana, se tornaram no maior dos desastres ambientais registrados na história do Brasil. O Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres informou que as chuvas de sábado e de domingo passados, resultaram no acumulado médio de 682 milímetros. Um milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado. É muito água para um período tão curto, o que, via de regra, pega a todos de surpresa, com resultados, quase sempre, avassaladores.
Até então, as maiores catástrofes dessa natureza haviam sido registradas em Petrópolis, no Rio de Janeiro, no ano passado (2022), quando aquela cidade recebeu uma chuva de 530 milímetros em 24 horas, o que vitimou 241 pessoas. Antes, o maior índice aconteceu em Florianópolis, em 1991, com o acumulado de 400 milímetros em, apenas, um dia. Mas, a lista de tragédias dessa magnitude é infinita e atravessa eras e mais eras. Todo ano a história se repete e, ao que parece, tem sido aceita como uma causa natural. Mas, definitivamente, não o é. Há como diminuir tais impactos.
São apenas, três exemplos de como a natureza é indomável. Além disso, ela reage quando agredida. O ser humano é que não observa, nem respeita seus limites e seguidamente a desafia. Temporais; tsunamis; terremotos; enchentes; inundações, furacões e outras manifestações climáticas acontecem desde que o mundo é mundo. Não há como mudar. Acontece que, por variados motivos, nós, os humanos, insistimos em domar os quatro elementos da natureza, quais sejam o fogo; a terra, a água e o ar. Impossível, por mais que a ciência e a tecnologia tenham evoluído através dos tempos.
Fazer o quê, então? Pergunta que enseja uma série de explicações técnicas, científicas, filosóficas e sociais. Não há uma fórmula definitiva nem plenamente eficaz. O que mais se aproxima da realidade é a imperiosa e inadiável necessidade de mudança no comportamento humano. Não só no Brasil, mas, em todo o mundo. As notícias e informações dessas tragédias se multiplicam através dos tempos e, com a velocidade da informação, são espalhadas de forma assustadora. Não importa que seja em um país rico, ou, em um país pobre. Os resultados dessas catástrofes climáticas são idênticos: mortes, destruição, perdas matérias e pânico, coisas que se repetem, todos os anos, em diferentes locais, em diferentes datas. Mas, a dor e o sofrimento das pessoas parece não incomodarem a quem teria o dever de trabalhar pelas mudanças comportamentais do ser humano.
E, enquanto não houver uma conscientização coletiva de que se as margens dos rios, as encostas de morros e montanhas e os limites do mar não forem respeitados, essas tragédias vão se repetir. Abrir estradas onde não se deve abrir, estancar a água onde não se deve estancar, construir onde não se deve edificar, são algumas das coisas que se deve evitar. O progresso avança, ele é imprescindível para a humanidade. Mas, ele, jamais, sobrepujará a natureza. Ou nós nos adequamos a isso, ou a natureza, sempre, vai vencer.