Novo reitor da instituição, Antônio Cruvinel, desta projetos e os desafios para a gestão, inclusive, a questão do retorno às aulas presenciais
Por Dirceu Pinheiro
Como como foi a sua trajetória na UEG?
Antonio Cruvinel – Entrei na UEG em 2010, por meio de concurso público. Já vinha com experiência como docente de ensino superior desde 2007 em outras instituições. Em 2013 participei da eleição para ser gestor da Unidade Universitária de Trindade e assumi em 2014. Fiquei sete anos à frente da gestão da Unidade. Quando aconteceu a Reforma Administrativa da UEG, fui convidado para ajudar na implantação do Instituto Acadêmico de Ciências Tecnológicas, onde fiquei um ano, me licenciando para concorrer ao cargo de reitor.
O senhor propôs, durante a campanha, que a UEG para ser forte. Como pretende envolver a comunidade universitária nesse projeto?
Antonio Cruvinel – A Universidade precisa estabelecer, no seu interior, a capacidade de dialogar e de se discutir. Então, envolver a comunidade universitária como um todo dentro deste conceito é inevitável, na minha visão. Dialogar com todos segmentos organizados da Universidade, com o público interno, com quem compõe a Universidade, por meio das suas representações, que precisam ser valorizadas, com os colegiados no âmbito local, com os órgãos de representação da Universidade, acredito que seja um dos sucessos. O segredo vai ser sentar e conversar. O diálogo é a maior arma para este momento, seguida por tomadas de decisões robustas que permitam que a UEG possa avançar num curto espaço de tempo.
A UEG está presente em todas as regiões de Goiás. Nesse novo modelo, proposto pela Reforma Administrativa, há espaço para a descentralização?
Antonio Cruvinel – A descentralização da gestão da Universidade já está prevista em nosso Estatuto. A Universidade tem como uma das principais funções a permanência do ensino superior no interior goiano e pretendemos manter assim. Com a criação dos câmpus estamos em todas as macrorregiões goianas, buscando atender as cidades goianas com ensino superior de qualidade. Entendemos que temos que estar presentes, com qualidade, nas oito macrorregiões, para que possamos atender as pessoas que têm dificuldade para se deslocar aos grandes centros para ter acesso ao ensino superior, participar da pesquisa ou da extensão. Devemos nos manter no interior, mas devemos estar onde temos condições de oferecer, com qualidade, o serviço de ensino superior a todos os goianos e a todos que escolhem Goiás para receber essa formação.
Quais compromissos o senhor firmou com a comunidade universitária e como pretende concretizá-los?
Antonio Cruvinel – Nosso primeiro compromisso é defender a UEG. A Universidade precisa de conquistar uma autonomia. Ela precisa oferecer para a sociedade, para o povo goiano, para todos que escolhem Goiás para receber sua formação superior, uma boa gestão. Então, defender a Universidade, gerar nela uma estabilidade para que os sobressaltos deixem de ser rotina, uma base institucional que permita que essa Universidade esteja cada vez mais firme, cada vez respondendo aos anseios, é o primeiro compromisso que fiz e defendo.
A Universidade precisa ter a sua autonomia conquistada e isso é um processo que nasce de dentro para fora. O diálogo, com a participação de todos que compõem a comunidade universitária, passa a ser uma necessidade para podermos conseguir chegar a isso. Passamos por dificuldades, a dificuldade orçamentária é real. A necessidade de ampliar os quadros também é algo que precisa ser discutido, mas liderar isso e administrar de uma forma democrática e responsável é um compromisso que firmei com a Universidade. Entender quais são os gargalos e as restrições que se apresentam para a Universidade e buscar soluções
O que os estudantes da UEG podem esperar de seu reitorado em termos de apoio?
Antonio Cruvinel – Em nosso plano mínimo de gestão, além das bolsas, que já são uma realidade, entendo que nossos alunos precisam de uma atenção para que não desistam do curso. Nossos alunos são de origem trabalhadora, em sua grande maioria ajudam no sustento do seu núcleo familiar e são pessoas que necessitam de uma atenção da Universidade. Paralelo a isso, precisamos também fazer com que esse estudante saia da Universidade com uma formação de qualidade para que consiga ingressar no mercado de trabalho e, assim, oferecer ainda mais soluções para o povo goiano, que investe na formação desse aluno por meio da universidade.
O senhor vai discutir com a comunidade universitária o retorno às aulas presenciais? Tem previsão de quando isso vai acontecer?
Antonio Cruvinel – De antemão já posso assegurar que até o fim deste semestre letivo, que acabará no fim do mês de setembro, não devemos retornar para o presencial. Para retornarmos presencialmente ou não a partir do segundo semestre letivo de 2021, que irá começar em novembro, o Conselho Universitário deverá se debruçar sobre esta questão e tomar a decisão. Essa não é uma decisão apenas do reitor, entendo que o Conselho tem que discutir isso.
Sobre a minha visão, em específico, a Universidade deve primar pela vida. O retorno deve ser com responsabilidade e planejamento. A Universidade não pode se tornar um local de propagação da doença.
Uma das questões que o reitor pode ajudar de imediato é tentar buscar atenção para que, para além dos professores e técnico-administrativos que já estão em processo de vacinação, também os nossos alunos sejam lembrados. A Universidade, na minha visão, primará pela vida. É uma decisão que não cabe apenas a mim, mas que deve ser planejada, de forma que a gente consiga restaurar a normalidade com o mínimo de risco.
Qual a mensagem que o senhor traz à comunidade Universitária nesse início de gestão?
Antonio Cruvinel – Tenho muita vontade de que nossa Universidade possa ser motivo de orgulho aos que nela estão, aos que a ela pertencem enquanto professores, servidores técnico-administrativos e a todo o povo goiano. Queremos que as pessoas tenham orgulho de dizer “eu sou da UEG, eu me formei na UEG”.