Transformação social vivida em vários países de todo o mundo, o ‘encolhimento’ das famílias começa a preocupar nações em desenvolvimento, ou submergentes, como o Brasil. Isto porque, junto com a diminuição dos membros familiares, vem o envelhecimento da população. Ou seja, no Brasil, por exemplo, esta questão já é facilmente identificada e, sentida. De acordo com o IBGE, por comodidade, questões financeiras e outras derivações, o número de crianças é, cada vez, menor entre as famílias.
Por Vander Lúcio Barbosa
Por outro lado, os adultos estão com a longevidade maior. Isto implica em diversas questões. Uma delas é: quem vai cuidar dos idosos? Os filhos não têm tempo, os netos, muito menos. Os governos, nem pensar. Salvo melhores avaliações, a população idosa está cada vez mais saudável, mas, cada vez mais abandonada. A busca de alternativas, como frequentar escolas de dança, academias de ginástica e outras alternativas de lazer, não preenchem, nem substituem o vazio familiar.
Quanto à infância o quadro é pior. As crianças têm sido profundamente afetadas pelas mudanças sociais. Elas passam mais tempo em escolas, creches e atividades extracurriculares do que com os próprios pais, sob a justificativa de que “as coisas mudaram”. Essa nova realidade contribui para a formação de uma geração distinta da de 20 ou 30 anos atrás. Paralelamente, a queda na taxa de natalidade tem acelerado o envelhecimento populacional. Entre 2010 e 2022, a proporção de idosos subiu de 7,4% para 10,9%, enquanto o número de crianças diminui.
O envelhecimento populacional traz impactos sociais e econômicos significativos. A demanda por cuidados médicos e previdência aumenta, enquanto a força de trabalho diminui, o que pode gerar retração econômica. As famílias também mudam: os lares estão mais compactos, os alimentos se adaptam às novas necessidades e a indústria farmacêutica corre para atender aos idosos. Governos enfrentam o desafio de criar infraestrutura adequada para essa população crescente, exigindo planejamento urbano e políticas públicas eficazes.
Esse cenário aponta para um futuro preocupante. Há risco de surgirem populações desconectadas, dependentes da tecnologia e carentes de vínculos afetivos. A ausência de comunicação e empatia pode gerar uma geração robotizada, envelhecida e sem propósito. Se não houver ações urgentes, a reversão desse quadro será difícil e dolorosa. A sociedade precisa repensar suas prioridades para evitar que o progresso tecnológico comprometa a humanidade e a coesão social.
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