Economia brasileira em 2025 enfrenta desafios internos e externos, com leve perspectiva de crescimento
Economicamente, o Brasil andou em círculos durante todo este ano de 2025. Salvo alguns episódios fora da curva, como foi o agronegócio que “segurou as pontas” com a alta produtividade, com o abastecimento do mercado interno sem riscos e a consequente venda dos produtos para outros países, não há muito o que se comemorar. E, com o início da nova política tributária (efeito da reforma meia-boca aprovada a toque de caixa pelo Congresso Nacional), não se deve esperar muito avanço. Estados como Goiás, que têm política de estímulos e incentivos para a atração de novos empreendimentos deixarão de tê-los. Daí, o investidor vai pensar duas vezes antes de migrar com sua estrutura financeira para outros territórios. Muitos vão preferir ficar no chamado eixo Rio-São Paulo.
Como se não bastasse isso (a incerteza elevada e dólar fraco) os desafios serão os mesmos de hoje. Do lado da economia global, ancorada pelos americanos, o crescimento econômico deve se manter próximo ao potencial, em torno de 2%, estimulado pelos cortes de juros, impulso fiscal e performance positiva da bolsa norteamericana. Mas, as tarifas continuarão ameaçadoras sobre as decisões de investimentos, a dívida do governo Trump seguirá em alta e deverá crescer de forma insustentável. Do lado da China, o crescimento econômico deve continuar em desaceleração, com o setor de imóveis anêmico, população mais velha e excesso de oferta.
Os especialistas preveem que, ao longo de 2026 a economia brasileira, ainda, sentirá o efeito da taxa de juros a 15%, pois o horizonte de efeito da política monetária é de 12 a 18 meses. O setor de crédito, também, será o principal motor da desaceleração, ao passo que o mercado de trabalho continuará a se sustentar, estimulado por impulsos fiscais e demanda aquecida diante de um crescimento elevado da massa salarial. Além disso, a elevação do piso de isenção do Imposto de Renda e estímulos relacionados à eleição de outubro, também, garantirão a sustentação da demanda. Espera-se um crescimento de PIB para 2026 acima do consenso do cálculo Focus. Tomara…
Com certa dose de otimismo, os economistas nacionais esperam que a valorização do Real, neste finalzinho de 2025, ainda, será um dos principais vetores para a moderação da inflação para o ano que vem e combinará com o arrefecimento da atividade. A expectativa é de que a inflação passará a rodar dentro da banda de tolerância, ao longo de 2026 e que feche em 4% ao final do ano. Estará de bom tamanho. A inflação de serviços deve desacelerar para próximo de 5,5%, enquanto a inflação de bens industriais roda em patamar mais baixo, próxima de 3%. Essa desaceleração da inflação será suficiente para que o Banco Central inicie o ciclo de corte de juros.
Mas, o que pode mudar, mesmo, o cenário é a incidência das eleições gerais (Presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais). Mudar para melhor, ou, para pior. Há quem diga que, ainda, seja cedo para se delinearem cenários para o pós-eleição. Espera-se uma eleição muito disputada, na qual não será possível distinguir, com clareza, qual será o vencedor antecipadamente. Mas, que o futuro da economia brasileira estará, diretamente, ligado ao resultado das urnas, não resta qualquer dúvida.
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