O nono mês do ano já está começando e com ele vem uma campanha de extrema importância para a sociedade como um todo: o Setembro Amarelo. Para quem não sabe do que se trata, é um movimento que busca trazer conscientização e a prevenção do mal do suicídio, que sempre afligiu a humanidade, mas que muitas vezes é negligenciado. Foi criado em 2015 no Brasil e desde então têm ajudado muitas pessoas, que passam, muitas vezes sozinhas, por momentos difíceis, e até mesmo ajuda a seus familiares a perceberem os sinais sutis deste grave problema.
O ápice das ações do Setembro Amarelo se dá no dia 10 de setembro, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Em todo o Brasil – e no mundo inteiro – ocorrem uma série de reuniões, palestras, ações e workshops em que se debate o tema e se criam estratégias para o combate ao suicídio. Escolas, universidades, entidades públicas e privadas, ONGs e uma série de outros entes sociais se envolvem. É comum que algumas cidades iluminem seus cartões postais durante a noite com o amarelo vibrante desta campanha, como forma de adesão ao movimento.
Talvez você esteja se preocupando o porquê de terem escolhido esta cor, não é mesmo? E eu te explico. A inspiração para a campanha remete a uma triste história ocorrida nos Estados Unidos, em 1994. Mike Emme, um adolescente de 17 anos de idade, muito amável e caridoso, deu fim à própria vida enquanto reformava o Ford Mustang amarelo que tinha comprado. Tinha um grande gosto por mecânica e seus pais de nada desconfiaram até que o encontraram dentro do seu carro. A partir daí seus pais passara a distribuir fitas amarelas às pessoas, para que, caso alguma vez tenham pensado em suicídio, que pudessem usar como pedido de ajuda.
A história de Mike é uma entre tantas. Segundo dados de um estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, já pensou em dar fim à própria existência e 4,7% delas chegou até mesmo a traçar um plano. Dados assim até assustam, porque muitas vezes não pensamos que aconteça a tantas pessoas. E os tempos atuais nos exigem ainda mais cuidado e atenção. Estudos indicam que tempos de pandemia e crise interferem significativa e negativamente nos índices de suicídio. O isolamento, o afastamento social, a preocupação e a tristeza potencializam pensamentos e tendências escondidas que machucam tanto o indivíduo quanto a sua família e a sociedade como um todo.
É por esse e tantos outros motivos que as pessoas precisam se comprometer e participar deste movimento, fazendo sua parte e ajudando as pessoas ao seu redor. O amarelo é uma cor que transmite alegria, calor, vibração e aconchego e é isso que nós devemos ser para o mundo e para as pessoas ao nosso redor. Estes tempos difíceis que estamos passando, em que o calor humano está precisando mudar sua expressão, precisam ser ocasião de nos importarmos mais com o nosso próximo e, porque não, conosco mesmos. Precisamos buscar ser felizes e levar a felicidade aos outros, afinal, nunca sabemos o que se passa na mente e no coração de quem está do nosso lado.
É hora, portanto, de darmos as mãos (no sentido figurado da palavra, é claro) e de nos comprometermos em transformar o mundo em um lugar melhor. Tente fazer sua parte. Tente levar mais sorrisos ao invés de caras fechadas. Tente ser companheiro e bondoso e deixe de lado a rispidez. A vida já é amarga demais para que nós sejamos também. E se você está passando por um momento difícil, se está tendo pensamentos ruins e acha que nada está certo, procure ajuda, converse com alguém que você ama e quer seu bem. Se for preciso, ligue para o número 188, que a ajuda chegará. Tem uma ONG em Anápolis que chama ACAV (Associação Cristã de Assistência ao Vulnerável) o número de lá é (62) 99237-1053, procure ajuda. E nunca se esqueça, a vida é bela e vale a pena ser vivida.