Anápolis voltou a ser destaque em diversas publicações de economia em nível nacional. Há algumas semanas, surgiram rumores de que o laboratório Neo Química, pioneiro no pólo farmacêutico do Distrito Agroindustrial (Daia), seria vendido para a multinacional americana Pfizer. Mas o negócio não prosperou. Esta semana, saiu a confirmação: o Neo Química pertence agora ao grupo Hypermarcas que, com esta aquisição, passa à condição de terceiro maior laboratório de capital brasileiro e o quarto maior em operação no País.
O Portal informa, ainda, que o negócio está estimado em cerca de R$ 1,3 bilhão, sendo que haverá um desembolso de pagamento de R$ 687 milhões em três parcelas anuais. Os atuais controladores do laboratório anapolino também irão receber 17,5 milhões de ações ordinárias a serem emitidas pela companhia, o que corresponderá a 7,3% do capital total da Hypermarcas, inclusive, com participação no controle da empresa.
“Essa aquisição permite que a unidade de negócios Farma, da Hypermarcas, tenha o mais completo portfólio do mercado, com a divisão DM em medicamentos OTC, divisão Farmasa em medicamentos de prescrição e, por fim, Neo Química em genéricos e similares”, destacou o CEO da Hypermarcas, Cláudio Bergamo. A Companhia, que já era líder em medicamentos de isentos de prescrição (OTC), celebra agora sua entrada no mercado de genéricos e similares com a reconhecida marca Neo Química.
Fundado em 1959, o Neo Química foi um dos primeiros laboratórios a obter registro para produzir e comercializar medicamentos genéricos no Brasil. Em 2009, o ele inaugurou uma das mais modernas fábricas do País, em Anápolis. O faturamento bruto anualizado do Neo Química – conforme noticiou o Portal Hypermarcas – para 2009 totaliza R$ 380 milhões, com EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) de cerca de R$ 95 milhões.
Por trás desse negócio bilionário, está a quebra de patentes de medicamentos de “grife”, que promete sacudir a indústria de fabricação de genéricos, que tem em Anápolis um dos principais pólos de produção do Brasil.
O laboratório Neo Química ainda não divulgou nenhum comunicado oficial sobre o negócio. E a sua página na internet parece ter sido retirada do ar. Inclusive, não há acesso nem por buscadores como o Google.
Empresa faz comunicado a trabalhadores
A Neo Química distribuiu entre os seus colaboradores, uma carta, datada de 7 de dezembro último, considerado “um dia histórico para o Laboratório Neo Química e para a família Limírio Gonçalves”. Em seguida, a empresa confirma que passa a integrar a partir daquela data a Hypermarcas, grupo brasileiro que atua em diversos segmentos: medicamentos, higiene e limpeza, beleza e higiene pessoal e alimentos. Entre os produtos mais conhecidos estão: Assolan, Biocolor, Bozzano, Cenoura & Bronze, Etti, Jontex, esmaltes Risque e Salsaretti.
Ainda no comunicado, consta a informação de que a família Limírio Gonçalves fará parte do bloco de controle da Hypermarcas, sendo que o presidente do laboratório, Marcelo Henrique Limírio Gonçalves fará parte do Conselho de Administração com direito a duas cadeiras e o atual vice-presidente Marcelo Henrique Limírio Gonçalves Filho, será responsável pela própria Neo Química e por toda unidade de medicamentos da Hypermarcas (DM Farmacêutica e Farmasa, que atualmente é composta por produtos consagrados como Benegrip, Doril, Engov, Gelol, Rinosoro, Lisador e Descon).
“Após uma trajetória de mais de 50 anos de sucesso, o laboratório vinha sendo assediado por importantes companhias multinacionais. O que levou a decisão de assinar a parceria com a Hypermarcas foi a opção de manter a família Limírio Gonçalves na gestão da empresa e dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos até os dias de hoje”, pontuou a carta.
Ao final, a diretoria do laboratório conclama os seus colaboradores para que “mantenham normalmente suas atividades com o objetivo de cumprir nossas metas e encerrar mais um ano de sucesso”.