O cenário político de Anápolis está agitado com as recentes acusações, divulgadas pela imprensa local, contra o partido União Brasil, sob suspeita de violar a cota de gênero nas eleições municipais. No centro dessa tempestade está Sumaya Miguel, ex-candidata a vereadora, cujos 13 votos obtidos no último 6 de outubro, se tornaram o foco de uma controvérsia sobre a legitimidade de candidaturas femininas.
As alegações baseiam-se na acusação de que Sumaya teria sido candidata apenas para preencher a cota de gênero, uma exigência legal que determina que pelo menos 30% das candidaturas sejam femininas. As acusações começaram a circular amplamente na mídia local, gerando preocupações sobre a validade dos votos, o que pode, caso confirmadas, impactar a composição futura da Câmara Municipal de Anápolis.
Em uma entrevista exclusiva ao jornal e portal CONTEXTO, Sumaya Miguel e seu advogado, Fabrício Lopes da Luz, que também ocupa o cargo de secretário do diretório municipal do União Brasil, ofereceram uma defesa vigorosa contra essas acusações. Sumaya descreveu sua candidatura como “legítima e motivada por um genuíno desejo de servir à comunidade”.
Voz e defesa
Sumaya expressou profunda frustração com as alegações. “Não estou aqui para ser uma candidata fictícia”, afirmou. Ela explicou que aceitou o convite para concorrer com a crença de que poderia ter sucesso eleitoral, “especialmente após uma campanha bem-sucedida nas recentes eleições para o conselho tutelar do Município de Anápolis, na qual obtive expressiva votação”, delcarou.
A ex-candidata descreveu que sua campanha ocorreu com recursos limitados, recebendo R$700 que foram contabilizados coletivamente entre os candidatos do partido. Os gastos com contabilidade, mídia e materiais de campanha, como santinhos e adesivos, foram compartilhados e devidamente prestados pelo partido, garantindo a transparência.
Sumaya enfatizou que o partido também financiou dois cabos eleitorais para ajudá-la, contabilizados na prestação de contas da chapa majoritária. Assim, destacou que todos os recursos e despesas foram geridos de maneira coletiva e transparente, semelhante aos demais candidatos do UB.
A professora atribuiu a sua baixa votação ao que considera ser um problema sistêmico de compra de votos por concorrentes, uma prática que, segundo ela, afetou até seu círculo de amigos e familiares. “Vários partidos, várias pessoas vieram me dizer que houve compra de votos. Prefiro não comentar mais sobre isso. Isso é coisa de gente grande”, disse a ex-candidata.
A ex-candidata relatou que, nos últimos dias, tem sido assediada por uma candidata que espera assumir um mandato, caso as acusações contra ela, enquanto ex-candidata do UB, sejam verdadeiras. Sumaya não mencionou o nome dessa candidata e, por outro lado, afirmou ter provas suficientes de sua candidatura legítima, incluindo materiais visuais e registros em suas redes sociais, como WhatsApp e Instagram.
Ela destacou que os assédios contínuos e as matérias que a acusam de ser uma candidata falsa têm causado grande aborrecimento e estão interferindo em sua recuperação durante o período de resguardo. Sumaya reiterou a legitimidade de sua campanha, buscando defender sua reputação diante das alegações infundadas.
Impacto e consequências
Se as suspeitas forem confirmadas, a anulação dos votos do União Brasil pode causar uma reviravolta política, potencialmente beneficiando o PT, cuja candidata Geli Sanches está na linha para substituir o atual vereador Wederson Lopes. O impacto dessas alegações, caso verídicas, pode criar precedentes para futuras eleições.
O corpo jurídico do União Brasil em Anápolis não acredita “que os boatos, as insinuações apontadas pela imprensa anapolina prosperem”. Fabrício Lopes, em defesa da candidata, bem como do partido, enfatizou o compromisso do União Brasil com a legalidade e a ética. “Nossa seleção de candidatos foi criteriosa, e tínhamos mulheres em número suficiente para cumprir a cota sem fraudes”, afirmou. Ele destacou que Sumaya foi escolhida não apenas por cumprir uma exigência legal, mas por suas qualificações e propostas, especialmente seu trabalho em defesa das pessoas com autismo.
Lopes afirmou que todos os candidatos que optaram por se retirar da campanha receberam orientação e apoio jurídico para formalizar essa decisão. Ele destacou que “Sumaya também teve a oportunidade de desistir, se fosse a sua vontade, mas não o fez; ela trabalhou arduamente pela sua eleição. Nós a apoiamos em cada etapa do processo”, confirmou o secretário do diretório municipal do UB de Anápolis.
NOTA DO EDITOR: Na Justiça Eleitoral, não há registros de denúncias ou investigações sobre o “Caso Sumaya”, que, se considerado crime eleitoral, pode alterar o cenário político em Anápolis. Enquanto isso, Sumaya Miguel e o União Brasil defendem sua integridade, buscando restaurar a reputação e garantir a legitimidade de sua campanha.
Este caso destaca a complexidade das regras eleitorais e a importância da representação justa. A situação de Sumaya Miguel ilustra as dificuldades enfrentadas por mulheres na política e a necessidade de processos eleitorais livres de influências corruptas, podendo estabelecer um precedente para melhorar a transparência e a equidade democrática.
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