A manhã de quinta-feira, 18, em Anápolis, foi marcada pela passagem do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Dezenas de autoridades e centenas de crianças de escolas e de programas sociais participaram de uma mobilização na Praça Americano do Brasil. O ato foi seguido de uma caminhada por algumas ruas da Cidade, com o objetivo de chamar a atenção da população para o problema. E, diga-se de passagem, um problema grave. Para se ter uma ideia, num único dia, neste mês de maio, nada menos que 12 denúncias de abuso foram encaminhadas ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS).
De acordo com a diretora de Proteção Especial do órgão, Elizânia Freitas Lobo, atualmente a entidade atende a cerca de 150 crianças e adolescentes que sofreram algum tipo de violência ou tiveram direitos violados, recebendo assistência psicológica. O trabalho é também direcionado às famílias das vítimas. Embora sem precisar dados, a servidora do Centro enfatizou que os índices de violência contra menores são altos e preocupantes.
A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Nair de Moura Vieira, informou que na segunda-feira, 15, foi iniciada a programação alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, através de um evento ocorrido no Hotel Intercity Anápolis. Além do ato na Praça Americano do Brasil e da caminhada, ainda na quinta-feira houve um trabalho conjunto realizando em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, com o objetivo de conscientizar os caminhoneiros sobre a questão.
A secretária avalia que o Município tem, hoje, uma rede bem estrutura para atender a crianças e adolescentes com direitos violados. No entanto, ressaltou que, cada vez mais, é preciso capacitar esta rede para a prestação de um melhor serviço.
O Juiz da Infância e Juventude, Carlos Limongi Sterse, observou que, infelizmente, têm sido crescentes os casos envolvendo abuso sexual e exploração de menores em Anápolis. Ele enfatizou que a situação é ainda mais grave, pelo fato de que muitas denúncias ficam no anonimato, ou seja, não são denunciadas às autoridades competentes para a devida tomada de providências cabíveis. Hoje, as denúncias podem ser feitas no próprio Juizado da Infância, nos conselhos tutelares, no CREAS, nas polícias Civil e Militar e através do Disque 100, que é uma plataforma nacional, que encaminha as denúncias para o local de origem de forma imediata. Fazendo uma analogia com o momento atual do País, o magistrado assinalou que além da crise política, o Brasil sofre uma crise aguda de crise moral. Daí, segundo ele, a necessidade de reforçar o trabalho junto ao fortalecimento das famílias.
A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Cynthia Christyane Alves Costa, informou que, mensalmente, são gerados em média na especializada, 30 inquéritos, que envolvem violência e a violação de direito de crianças e adolescentes. Da mesma maneira, ela reforça que as pessoas devem denunciar qualquer caso ou atividade suspeita.
Para o Prefeito Roberto Naves, é fundamental que toda a sociedade esteja envolvida na luta contra a violência e o abuso sexual a crianças e adolescentes. De acordo com ele, a Prefeitura dispõe de diversas ações para tratar dessas questões, tanto na parte preventiva, quanto do acolhimento das vítimas e familiares. A municipalidade, segundo ele, busca trabalhar com parcerias com organizações não governamentais, como a Cruzada pela Dignidade, com o Juizado da Infância e da Juventude, os conselhos tutelares e também as igrejas.
18 de maio
Nesse dia, em 1973, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, uma menina capixaba, de nove anos, moradora na cidade de Serra, região metropolitana de Vitória (ES), foi sequestrada; espancada; estuprada, drogada e assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, desfigurado por ácido. Os agressores jamais foram punidos. O movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, após uma forte mobilização, conquistou a aprovação da Lei Federal 9.970/2000 – que instituiu o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. O objetivo é mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento pelos direitos de crianças e adolescentes e na luta pelo fim de todos os tipos de violência e violação de direitos.
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