O que já foi orgulho dos brasileiros, a alta taxa de cobertura vacinal, característica historicamente reconhecida no País, tem caído nos últimos anos e deixado milhões de pessoas em risco. Isto, de acordo com o Conselho Nacional de Saúde. Nos pequenos, médios e grandes municípios, a apatia, o desinteresse, a desconsideração a um procedimento altamente recomendável, chama a atenção das autoridades sanitárias sobre o que acontece no atual contexto.
Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, inadvertidamente, têm deixado de ir aos postos em busca dos imunizantes, por razões, explicações e justificativas imponderáveis. Simplesmente não têm ido vacinar. Estariam os brasileiros céticos quanto à eficácia das vacinas devido às “fake news” ou à falsa percepção de que certas doenças foram extintas? Sarampo, poliomielite, dengue, varíola e outras não acabaram; apenas foram controladas. Os vírus e bactérias persistem, e a única forma de prevenção eficaz é a vacinação, que não é medicamento, mas um imunizante essencial.
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E, mesmo com as campanhas de orientação, os chamados, as convocações e outra formas de alertar a comunidade sobre a importância de se vacinar, os dados, ainda, estão longe do aceitável. No ano passado, por exemplo, em Goiás, não alcançou cobertura superior a 75% para nenhum dos imunizantes que constam no Programa Nacional de Imunização. O Ministério da Saúde alerta que a cobertura vacinal registra queda em todo o País. Doenças que haviam sido dadas como erradicadas, voltaram a ameaçar a população.
Isto é por demais preocupante, tendo em vista ao adensamento que se verifica nas comunidades, com a diminuição sistemática dos espaços habitacionais. As chamadas moradias coletivas (condomínios (verticais principalmente), casas muito próximas umas das outras, salas escolares cada vez mais cheias, transporte público sobrecarregado, espaços comerciais (shoppings, lojas, mercados) sempre lotados, representam o somatório dos riscos a que a comunidade fica exposta diariamente. E, é, justamente em situações assim, que os vírus predominam. De uma simples gripe, a um problema mais grave. Daí, a importância de as pessoas estarem imunizadas. Vacina não é luxo.
Diante disso, é urgente um despertar comunitário para evitar os problemas causados pela negligência e desinformação. Não vacinar um filho, seja em posto público ou clínica particular, é uma falha grave, podendo causar dor e sofrimento duradouros à família. Adultos que não se vacinam também dão um péssimo exemplo para as futuras gerações. É essencial refletir sobre essa responsabilidade.