Os idosos são, hoje, 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em uma década, o número cresceu 17%. Em 1991, ele correspondia a 7,3% da população. O envelhecimento é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no tratamento da saúde. A população brasileira vive, hoje, em média, 68,6 anos, 2,5 anos a mais do que no início da década de 90.
Estima-se que em 2020 a população com mais de 60 anos, somente no Brasil, deva chegar a 30 milhões de pessoas e a esperança de vida, a 70,3 anos. A população no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta. “Dizem que a vida começa após os 60. Portanto, meus pacientes de 90 anos, digo que eles têm 30”, brinca o Dr. Omar Sandro de Lima, especialista em geriatria a clínica médica.
A senilidade começa para os médicos a partir dos 65 anos de idade. Antes disso, já se fazem exames de rotina para verificar a saúde, mas a partir dessa idade é que a fisiologia do paciente começa a se modificar. Nesta fase, o mais importante é não deixar o idoso abandonado, é essencial que ele realize as atividades da vida diária – que ele consiga trocar de roupa e se alimentar sozinho, ir ao banco, etc. “Isso faz com que ele se sinta útil e capaz, o que apresenta uma grande diferença psicologicamente”, explica o Dr. Omar.
Problemas
Pessoas da terceira idade que são afastadas de suas atividades rotineiras tendem a desenvolver um quadro de depressão, o que pode ocasionar sérios problemas. Segundo o médico, alguns dos sintomas podem até ser confundidos com demência. Mas o que na verdade se tem verificado é que são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em seu dia-a-dia: a perda de contato com a força de trabalho, a desvalorização de aposentadorias e pensões, a depressão, o abandono da família, a falta de projetos e de atividades de lazer, além do difícil acesso a planos de saúde – para citar os principais.
Ao contrário dessa realidade é necessário que o idoso seja estimulado e tenha autonomia para realizar atividades, o que, segundo Dr. Omar, melhora inclusive o cérebro – que continua sendo estimulado, pois precisa continuar tomando decisões. Se um idoso tem condições de saúde para realizar tarefas domésticas como arrumar a cama, lavar a louça e cozinhar, ele deve ser instigado a realizar essas funções. Assim, ele estará trabalhando e se sentirá necessário. “Quando o idoso começa a realizar essas pequenas tarefas sua auto-estima melhora consideravelmente. Delegar coisas para o idoso só tem resultados positivos, mas atenção e carinho não podem ser substituídos por nenhum remédio”, alerta o médico.
Cuidados
No caso dos exercícios físicos existem variáveis, pois cada idoso tem suas particularidades e limitações; por isso, é necessária avaliação médica. Para aqueles que estão perfeitamente saudáveis e não tem limitações, as indicações são a caminhada e a hidroginástica – que mantêm as articulações trabalhando e a musculatura fortalecida. O Dr. Omar diz que a caminhada deve durar de 30 a 40 minutos e acontecer nos períodos da manhã ou de fim da tarde, quando o sol está mais fraco. Outra dica importante é que o idoso esteja acompanhado por uma pessoa que possa auxiliá-lo caso seja necessário, por exemplo, subir ou descer um degrau.
É de suma necessidade, também, procurar um médico antes de dar início às atividades para que ele avalie a condição do idoso e indique a carga de exercícios. Consultar regularmente o médico geriatra é essencial, principalmente, no sentido da prevenção contra doenças físicas e psicológicas. “90% das doenças que acometem idosos são tratáveis. Diagnosticar esse problema no começo é o primeiro passo”, explica Dr. Omar.
O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua população. Em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante. A participação em grupos da terceira idade é um tipo de atividade que pode e deve ser estimulado. Alguns desses grupos oferecem atividades como pintura, artesanato e tricô, além da interação social proporcionada pela convivência. Em Anápolis não existem muitas opções como essa.
O idoso é parte importante da sociedade, muitos deles mesmo depois de já ter superado os anos de contribuição continuam trabalhando. Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não-idosos. Segundo o IBGE, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% dos idosos chefes de família vivem com os seus filhos e os sustentam. O idoso hoje viaja mais, consome mais, ajudando a movimentar a economia. “As pessoas, hoje, envelhecem mais, e nesse processo querem qualidade de vida”, diz Dr. Omar. “Os mais velhos também são aqueles que concentram um maior conhecimento da vida. Deveríamos parar mais para escutar o que eles têm a dizer”.
Bebês menores de 2 anos representam 38,8% dos casos de síndrome respiratória aguda grave
Os bebês com menos de dois anos representam uma parcela significativa dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em...