O Conselho Nacional de Justiça divulgou, esta semana, um estudo que mostra ser preciso dobrar o número varas e juizados especializados em violência doméstica e familiar contra mulheres para atender à demanda atual no País. Atualmente, são 66 unidades, mas o ideal seriam 120. Além disso, é preciso tornar o atendimento mais proporcional nas cinco regiões do País. O estudo recomenda a instalação de 54 varas ou juizados da violência contra a mulher, especialmente em cidades do interior com grande concentração populacional, para atender, de forma adequada, à demanda existente.
De acordo com o estudo, no Sudeste, a sugestão é criar novas unidades no Espírito Santo (Colatina e Cachoeiro do Itapemirim); no Rio de Janeiro (Nova Friburgo, Volta Redonda e Campos dos Goytacazes); em Minas Gerais (Montes Claros, Governador Valadares, Uberlândia e Juiz de Fora) e em São Paulo (Ribeirão Preto, Bauru, Campinas, São José do Rio Preto e Presidente Prudente). Para o Nordeste, a proposta são 18 novas varas ou juizados distribuídos entre Alagoas (Arapiraca); Bahia (Vitória da Conquista, Barreiras, Teixeira de Freitas e Juazeiro); Ceará (Sobral e Crateús); Maranhão (Caxias e Balsas); Pernambuco (Caruaru, Petrolina e Serra Talhada); Paraíba (Patos); Piauí (Parnaíba e Picos); Sergipe (Itabaiana e Aracaju); e Rio Grande do Norte (Caicó).
Outras regiões
Ainda, conforme o levantamento apresentado ao Conselho Nacional de Justiça, no Sul há demanda de varas especializadas no Rio Grande do Sul (Pelotas, Caxias do Sul e Santa Maria); no Paraná (Maringá, Londrina e Cascavel); e em Santa Catarina (Chapecó, Joinville e Criciúma). No Centro-Oeste, em Goiás (Rio Verde e Catalão); em Mato Grosso (Sinop e Cáceres); e em Mato Grosso do Sul (Corumbá e Dourados). Para a Região Norte, o estudo pede mais cinco varas ou juizados especiais, distribuídos entre Acre (Cruzeiro do Sul); Amapá (Laranjal do Jari); Rondônia (Ji-Paraná); Roraima (Rorainópolis); e Amazonas (Parintins).
A pesquisa aponta que nos últimos trinta anos, houve aumento de 230% na quantidade de homicídios de mulheres – 43,7 mil foram assassinadas só na última década. Espírito Santo, Alagoas e Paraná são os estados com maior quantidade de homicídios de mulheres proporcionalmente ao número de habitantes, com mais de seis para cada 100 mil habitantes. O município de Anápolis, embora registre um elevado incide, por sinal crescente, de crimes contra mulheres, ficou fora da relação. Em Goiás pretende-se estender este benefício jurídico, apenas, para Catalão e Rio Verde.