A peniafobia é o medo irracional de ficar pobre e vai muito além da preocupação comum com dinheiro. Segundo o médico e terapeuta João Borzino, esse transtorno gera ansiedade intensa diante da possibilidade de perder recursos, status ou autonomia. “Esse medo distorce decisões cotidianas, altera prioridades e, em casos extremos, pode paralisar a pessoa”, explica.
Origens diversas
O transtorno combina fatores biológicos, psicológicos e sociais. Estudos do American Journal of Psychiatry mostram que regiões do cérebro ligadas à resposta de ameaça, como a amígdala e o córtex pré-frontal dorsolateral, se tornam hiperativas em pessoas com histórico de insegurança financeira. Além disso, crianças expostas à instabilidade econômica desenvolvem padrões de hipervigilância, crescendo em permanente estado de alerta, segundo pesquisa da Harvard Medical School of Psychiatry.
Comportamentos típicos
Borzino aponta sinais claros da fobia: acumular dinheiro sem aproveitar, trabalhar obsessivamente mesmo com prejuízo à saúde, paralisar decisões sobre gastos ou investimentos, sabotar relações por desconfiança financeira e sentir culpa intensa ao gastar. Estudos do The Lancet Psychiatry revelam que cerca de 12% da população ativa em países ocidentais apresenta sintomas de fobias financeiras. No Brasil, dados da Fiocruz indicam que 7 em cada 10 pessoas sentem ansiedade ao pensar em perder o emprego ou reduzir o padrão de vida.
Casos reais
Casos cotidianos mostram o impacto da condição. Joana, executiva em São Paulo, sente crises de pânico ao usar o cartão de crédito, mesmo com estabilidade financeira. Carlos, empresário em Belo Horizonte, recusou oportunidades profissionais para evitar riscos financeiros e hoje lamenta o tempo perdido.
Soluções práticas
Para enfrentar a peniafobia, Borzino recomenda buscar diagnóstico clínico com psicólogos ou psiquiatras, investir em terapia cognitivo-comportamental, reestruturar crenças sobre dinheiro e combinar educação financeira com autoconhecimento emocional. “Quando o medo da pobreza deixa de ser um alerta funcional e se transforma em fobia, ele se torna uma prisão invisível. A liberdade financeira começa na mente, não na conta bancária”, conclui.
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